À entrada para o jogo deste domingo entre PSG e Marselha, existia um dado subliminar que parecia inútil mas que se tornou um dos destaques da história da partida: desde o início da liga francesa, nunca a diferença de golos em encontros entre as duas equipas tinha sido maior do que quatro e nunca nenhuma das duas equipas havia marcado mais do que cinco golos ao adversário.

Ora, tudo isto se tornou importante porque ao intervalo, ao fim de 45 minutos, o PSG estava a golear o Marselha por 4-0 no Parque dos Príncipes. Um bis de Icardi e outro de Mbappé, que continuam a ser os principais homens-golo da equipa de Thomas Tuchel na ausência de Neymar e Cavani, garantiam uma vantagem mais do que confortável ao PSG no arranque para a segunda parte e adivinhava-se um autêntico massacre: até porque o conjunto de André Villas-Boas pouco ou nada fez até ao intervalo que justificasse adivinhar uma reação no segundo tempo.

Cavani entrou para o lugar de Mbappé e voltou à competição

Ainda assim e até ao apito final, o desacelerar do PSG permitiu também uma subida das linhas do Marselha, que acabou por passar grande parte do segundo tempo a procurar um golo de honra que nunca apareceu, principalmente por intermédio de Benedetto e Payet. Do outro lado, o grande destaque foi mesmo o regresso de Cavani à competição, depois de se ter lesionado no início da temporada. O PSG carimbou mais uma vitória e cimentou a liderança em França, com mais oito pontos do que o Nantes; já o Marselha, apesar da derrota, é sétimo e está a três pontos do segundo lugar, totalmente dentro das contas dos lugares que dão acesso às competições europeias.

Ora, por isto mesmo, André Villas-Boas foi publicamente respaldado durante a semana por um histórico do Marselha. Talvez por adivinhar desde logo que a visita ao Parque dos Príncipes seria penosa para o clube e poderia até abrir espaço a rumores de uma saída do treinador português, Basile Boli deu uma entrevista onde garantiu que Villas-Boas está a fazer “milagres” com o plantel que tem e que é um técnico que pode perfeitamente ter um futuro a longo prazo na equipa francesa. E a verdade é que, apesar da goleada e do resultado pesado com o PSG, o Marselha evitou o massacre que se adivinhava ao intervalo, respondeu ao procurar sempre o golo e está na disputa pelo acesso à Europa. Milagre ou não, André Villas-Boas não pode ser acusado de estar a fazer pouco em Marselha.

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