Para um construtor como a Ferrari, o presente caminha de mãos dadas com o passado, uma estratégia que faz sentido para um fabricante com uma história tão rica quanto a da marca criada por Enzo Ferrari. Os 250 GT Berlinetta dos anos 60 foram dos modelos mais reputados do seu tempo, entre os que já envergaram o emblema do Cavallino Rampante, e este histórico desportivo tem agora direito a uma versão, obviamente moderna, mas que retoma muito do passado.

A Ferrari não é avessa a denominar os seus modelos com nomes de cidades italianas, daí os Maranello, Modena e Portofino, pelo que a decisão de chamar à sua mais recente criação “Roma” não causa grande surpresa. Possui uma frente comprida, onde está alojado o motor, e um habitáculo de dois lugares chegado atrás, mas menos do que o habitual, se considerarmos os Daytona, 575 ou FF.

O Ferrari Roma integra-se na família de modelos GT da marca, sendo rápido, eficaz e divertido de conduzir, mas com algumas preocupações em termos de conforto, facilidade de condução e versatilidade, uma vez que deverá possuir uma bagageira maior do que os Ferrari com motor central, como o 488 e o F8 Tributo, para quem a preponderância vai para a eficácia pura e dura.

A Ferrari alega que a estética clean e minimalista do Roma pretende homenagear a vida vibrante da capital italiana nos anos 50 e 60, mas para motorizar o seu mais recente desportivo recorreu a uma unidade bem mais actual. Trata-se do 3.9 V8 biturbo que já conhecemos no 488 e F8 Tributo, mas aqui numa versão mais civilizada e com apenas 620 cv, mas com uns impressionantes 760 Nm de binário. Associada ao V8 sobrealimentado está uma caixa de dupla embraiagem e oito velocidades.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

4 fotos

Por dentro, o Roma distingue-se por apresentar uma consola central elevada, a separar os dois assentos de forma mais evidente. O condutor tem à sua frente um painel de instrumentos digital de dimensões maiores do que o habitual, com um ecrã ao lado a complementar as informações prestadas a quem vai a bordo, display a partir do qual é possível comandar a generalidade das funções do modelo.

Para a mais recente criação a Ferrari anuncia uma velocidade máxima de 320 km/h e a capacidade de ir de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos. Os 200 km/h ficam para trás após 9,3 segundos, como que a provar que, se bem que mais civilizado, este Roma não deixa de ser um Ferrari.