O líder do PSD, Rui Rio, reconhece que o número de militantes do partido com quotas pagas é “relativamente baixo”, mas espera que esse valor “suba bastante” até 22 de dezembro, quando são fechados os cadernos eleitorais.

“O universo eleitoral há dois anos era de 70 mil e votaram 40 mil. Neste momento, estamos a rondar os 20 mil. Espero que até 22 de dezembro, mesmo que não se chegue aos 40, que se suba bastante. Mas isso vai dar a fotografia real dos militantes realmente ativos e com vontade dentro do PSD. Vai dar a realidade, aquilo que o PSD efetivamente é e não vale a pena tapar o sol com a peneira”, disse Rui Rio aos jornalistas este domingo.

O presidente do PSD falava no final de um encontro com a estrutura nacional de candidatura à liderança do partido que decorreu numa unidade hoteleira em Santa Maria da Feira, a que os jornalistas não puderam assistir. Rui Rio lembrou que foram introduzidas novas regras no partido para acabar com a “vigarice” que o próprio diz que existia no passado, quando havia “um ou dois ou três ou quatro a pagar a quota de mil, duas mil, três mil ou quatro mil pessoas”.

“Quando me candidatei há dois anos disse que isto era inadmissível e que tinha de ser alterado e, portanto, temos novas regras. Se o universo é reduzido é porque está, neste momento, vedada a possibilidade de se fazer aquilo que se fazia no passado. Cabe-nos a todos nós sensibilizar os outros para pagarem a sua quota e poderem votar”, disse Rui Rio.

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O presidente do PSD referiu ainda que este é um assunto importante, mas recusa voltar atrás nas regras que foram introduzidas e “permitir outra vez a pouca vergonha que existiu durante anos e anos”.

“Nós queremos que o dinheiro entre, mas que entre de uma forma clara e limpa em que cada um paga a sua quota. Pode pagar a quota da mulher e do filho, mas não vai pagar a quota de 200 ou 300 pessoas, porque isso não é bonito e isso engana. Nós queremos ter o universo eleitoral real, aqueles que verdadeiramente gostam do partido, pagam a sua quota e efetivamente militam”, afirmou.

As eleições diretas para a escolha do presidente do PSD foram agendadas para 11 de janeiro e o congresso nacional realiza-se entre 07 e 09 de fevereiro, em Viana do Castelo. Até ao momento, há três candidatos: Rui Rio, o atual presidente; Luís Montenegro, ex-líder parlamentar; e Miguel Pinto Luz, vice-presidente da câmara de Cascais, distrito de Lisboa, que faz a apresentação oficial da sua candidatura na segunda-feira em Lisboa.