O ex-deputado Miguel Morgado anunciou esta sexta-feira que não será candidato à liderança do PSD por não ter reunido “todos os meios necessários para tornar efetiva a candidatura em tempo útil”, reiterando críticas ao “rumo errado” da atual direção.

“É com pena, mas sem azedume, que não levarei por diante a candidatura. Mas desistindo da candidatura, não desisto do que era o seu objetivo. Inviabilizada a candidatura, a questão para mim e para os que estão comigo é apenas a de procurar outras vias para prosseguir a ação iniciada”, refere, numa publicação na sua conta da rede social Facebook.

Em entrevista ao Observador Miguel Morgado já admitira em outubro querer ser candidato mas não reunir os apoios necessários.

Entrevista a Miguel Morgado. Quer ser candidato, mas admite não ter reunido os meios necessários: “É a vida”

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Miguel Morgado, que foi assessor político do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, reitera que continua convencido da “necessidade de derrotar a estratégia ruinosa para o partido e sobretudo para o país que foi protagonizada nos últimos dois anos por Rui Rio” e que se recandidata ao cargo.

“Daí que há já algum tempo tenha formado a intenção de avançar com uma candidatura à liderança do PSD que não fosse uma mera candidatura de sucessão – em que eu me apresentaria como mais adequado a liderar o PSD do que os outros concorrentes -, mas uma candidatura de posicionamento e de reorientação do rumo futuro do partido”, justificou.

Miguel Morgado agradece aos que o apoiaram nessa intenção e promete que continuará a defender um PSD “que quer ser livre contra o domínio socialista do Estado”.

“Nas atuais eleições para a presidência do PSD, essa luta passa pelo esforço de mudar o rumo errado que o atual presidente impôs ao partido, de subalternização do PSD perante o PS e a esquerda”, referiu.

O antigo deputado, e fundador do movimento 5.7, assegura que não deixará vincar as suas posições “e de procurar outras vias para combater aberta e lealmente essa orientação” de Rio, considerando ser necessário “chamar o partido à sua verdadeira vocação de força decisiva do reformismo em Portugal”.

“Não é só o futuro do PSD, mas também o futuro do país que neste momento dependem do reencontro do PSD consigo próprio”, defendeu.

As eleições diretas para escolher o próximo presidente do PSD realizam-se em 11 de janeiro, com uma eventual segunda volta uma semana depois, e congresso marcado entre 07 e 09 de fevereiro, em Viana do Castelo.

Até agora, apresentaram-se como candidatos o atual presidente Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara de Cascais (distrito de Lisboa), Miguel Pinto Luz.