Quase 1800 médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) poderão reformar-se nos próximos dois anos. De acordo com o Jornal de Notícias, que cita previsões do Governo, estão previstas as aposentações de 1771 médicos que trabalham nos centros de saúde e nos hospitais em 2020 e 2021.

Segundo o portal do BI da reforma, há 416 especialistas de Medicina Geral e Familiar que poderão reformar-se já no próximo ano e, em 2021, contam-se 520, o que dá um total de 936 médicos de família. No caso dos médicos hospitalares, de acordo com o jornal, as estimativas falam num total de 835 especialistas.

Para compensar as reformas, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar adiantou ao mesmo jornal que será preciso contratar uma média de 500 médicos de família por ano até 2023. O relatório da Comissão Europeia sobre a Saúde em Portugal dava conta de que, no início do ano, havia ainda 600 mil portugueses sem médicos de família.

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O Governo anunciou há dois dias que, até 2021, quer contratar mais 8426 profissionais de saúde para o SNS, mas não especificou quantos para cada grupo profissional. No entanto, isto não quer dizer que se verifiquem todas estas contratações, especialmente no caso dos médicos. A verdade é que houve vagas para especialistas que foram abertas e que nunca chegaram a ser preenchidas.

Ou seja, apesar de a ministra da Saúde Marta Temido ter avançado que, no próximo ano, formam-se 473 médicos em Medicina Geral e Familiar — um número superior ao de médicos que deverão reformar-se em 2020 (416) —, isso não significa que todos fiquem a trabalhar no SNS.

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