Apenas um dia depois da Gala Honoris Sporting, que juntou no Casino do Estoril além da Gala em si o habitual jantar de Natal do clube e também o encontro anual do Sporting Corporate, Frederico Varandas, presidente dos leões, marcou presença no jantar do Grupo Stromp, onde foi distinguido com o prémio de Dirigente do Ano. Na intervenção aos presentes, o líder voltou a fazer uma retrospetiva do trabalho feito desde que assumiu os destinos verde e brancos e apontou à “fatura do passado” que tem vindo a ser paga no último ano, defendendo que a Direção que comanda está mais preocupada em projetar o futuro do que em governar para o presente.

“Tomámos várias medidas muito pouco populares mas que são necessárias e boas para o clube. Enquanto uma Direção tiver como prioridade a sua própria reeleição, o Sporting não volta ao topo. O momento exige que se olhe para o futuro do Sporting e não para medidas paliativas de curto prazo que não são mais do que empurrar com a barriga os problemas que herdámos e que se arrastam há anos. Quando esta Direção anunciou em outubro que, anos depois, o Sporting voltou a estar em cumprimento com a banca, isso não se deveu apenas a reuniões e a muita conversa entre o Sporting e as entidades bancárias – existia uma dívida vencida de 40 milhões de euros que implicou um acordo difícil entre as partes para a sua regularização, obrigando, naturalmente, a um esforço financeiro do Sporting. Pagámos o que outros deveriam ter pago”, começou por referir.

Quando a época passada terminou, perguntaram-me qual tinha sido o momento mais importante. Muita gente estava feliz com os dois títulos conquistados no futebol e muita gente valorizou muito os sete títulos europeus. E essas vitórias devem ser muito valorizadas, até se tivermos em conta o histórico e o contexto”, disse, antes de abordar outras facetas menos “mediáticas”.

“Mais importante do que isso foram as medidas estruturais e reformistas que foram tomadas e que estão a ser tomadas, muitas delas invisíveis à maioria dos sócios. Para quem tem memória seletiva ou total falta de memória, recordo que há um ano e meio este clube perdeu, entre rescisões e vendas com a corda na garganta, cinco dos seus jogadores mais valiosos, com perdas financeiras de dezenas de milhões de euros. Foi uma brutal dupla perda: desportiva e financeira, que mataria muitos clubes por esse mundo fora! Mas ainda um mês antes do horrível ataque de Alcochete [maio de 2018] já a anterior administração, encostada às cordas e afogada em dívidas, tinha levantado a conta reserva dos bancos para pagar salários”, acrescentou citado pelo jornal Record, antes de abordar também o tema da formação verde e branca e o investimento que tem vindo a ser feito.

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“Falar em apostar e investir na formação do Sporting não é só dar entrevistas. Apostar na formação significou investir a sério e dotar o recrutamento com os meios necessários. Significou remodelar três campos cujo tempo de vida já tinha terminado há dez anos. Significou remodelar toda a área profissional e da formação na Academia. Significou iniciar ainda este ano a remodelação das infraestruturas no Polo Universitário. Isto é o que já foi feito e está a ser feito. Trabalho invisível hoje para muitos, mas visível para todos daqui a uns tempos”, referiu.

Na cerimónia realizada como é habitual numa unidade hoteleira de Lisboa, foram entregues 41 galardões, 27 por inerência e 14 por escolha dos membros do Grupo Stromp, que distingue sócios, atletas e dirigentes desde 1963.

  • Atleta do ano: Jorge Fonseca (judo)
  • Atleta do ano: Fernanda Silva (voleibol)
  • Futebolista: Bruno Fernandes (futebol)
  • Revelação: Tomás Silva (futebol) e Erick Mendonça (futsal)   
  • Academia: Joelson Fernandes (futebol)
  • Técnico do ano: Paulo Freitas (hóquei em patins), Nuno Dias (futsal) e Pedro Soares (judo)
  • Seccionista: João Alves (hóquei em patins)
  • Dedicação: Nelson Pereira (antigo futebolista e treinador de guarda-redes)
  • Dirigente: Frederico Varandas (presidente do clube e da Sporting SAD)
  • Saudade: Rui Jordão (antigo futebolista, falecido em 18 de outubro de 2019)
  • Especial: Jorge Maria (funcionário do Clube)
  • Prémio Europeu: equipa feminina de atletismo em corta-mato; equipa feminina de atletismo de pista; equipa masculina de atletismo; equipa masculina de futsal; equipa masculina de hóquei em patins; equipa masculina de goalball; equipa feminina de goalball; equipa masculina de judo; Madjer, Belchior, Rui Coimbra e Tiago Petrony, do futebol de praia; Nuno Pereira, do atletismo; Wilsa Gomes, do judo; Diogo Carvalho, do ténis de mesa; João Soldado, do ténis de mesa adaptado; e João Vaz, da natação adaptada
  • Prémio Mundial: Ângelo Girão, do hóquei em patins; Diogo Ganchinho, Diogo Abreu e Pedro Ferreira, da ginástica/trampolins; João Vieira e Naide Gomes, do atletismo; André Santos e Ricardo Fernandes, do kickboxing; Carolina Duarte e Carolina Paim, do atletismo adaptado