A ideia tinha lógica no plano teórico, a ideia confirmou-se na prática. Olhando para as principais mexidas nas equipas do Campeonato de andebol, a “hegemonia” dos três “grandes” iria sair reforçada. Assim foi. Aliás, a única surpresa acabou por ser a campanha menos conseguida do Benfica, que teve contratações de peso como René Toft Hansen, Carlos Molina ou Petar Djordic mas tem aspirações sobretudo na Taça EHF. Tudo está resumido a FC Porto e Sporting, que chegavam à penúltima jornada da fase regular com um único empate (entre ambos).

FC Porto goleia campeão europeu Vardar e chega pela primeira vez aos oitavos da Champions

Para se ter noção da superioridade dos dois últimos campeões nacionais, basta referir que, em 24 encontros feitos no Campeonato e excetuando a igualdade a 29 no Dragão, houve apenas três triunfos que não foram por três ou mais golos de diferença, todos por parte dos leões (Benfica, Águas Santas e Gaia). Assim, e perante esse caminho, o clássico no Pavilhão João Rocha assumia uma outra importância, com o vencedor a garantir o primeiro lugar da fase inicial da competição. No entanto, e se o caminho foi igual, o momento e contextos eram bem distintos.

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Depois de ter conseguido uma histórica presença na Final Four da Taça EHF na última época, o FC Porto vinha numa fase em ascensão da temporada, onde não só garantiu uma inédita chegada aos oitavos da Champions (onde irá defrontar os dinamarqueses do Aalborg) como goleou em casa o Benfica por claros 31-22. Já o Sporting, que se encontra num momento com algumas condicionantes físicas em elementos importantes na equipa, chegava com a desilusão da queda no playoff de apuramento da Liga dos Campeões e a mostrar dificuldades no plano ofensivo perante a onda de lesões que enfrentou. No final, esse momento confirmou-se e os dragões foram melhores, vencendo no Pavilhão João Rocha por 27-23 e assegurando a liderança no final da fase regular.

André Gomes, com um golo logo aos 26 segundos, deu o mote para 15 minutos iniciais com um ritmo de golos ao nível de Liga dos Campeões mas esse seria uma exceção no verdadeiro eclipse do ataque portista nos primeiros cinco minutos de jogo, que permitiram aos leões ganharem uma vantagem de quatro golos (6-2) perante uma defesa azul e branca estranhamente permeável dos azuis e brancos. Magnus Andersson não tardou a pedir um desconto de tempo, com os resultados a serem quase imediatos: além das evidentes melhorias ofensivas, o 6:0 trouxe outras dificuldades aos leões, que pararam também o encontro quando já perdiam por 9-8 (15′).

As entradas de Manuel Gaspar para a baliza e de Carlos Carneiro e Edmilson Araújo para a primeira linha a atacar e defender voltou a equilibrar as contas mas a aposta nos últimos minutos de Andersson no 7×6, colocando Victor Iturriza e Alexis Borges em simultâneo, permitiu que os visitantes saíssem para intervalo com a vantagem de dois golos no marcador (14-12). Rui Silva e Diogo Branquinho, ambos com quatro golos, foram os melhores marcadores dos dragões, com Frankis Carol a ser o goleador da primeira parte com cinco golos.

No segundo tempo, o Sporting conseguiu reagir da melhor forma a essa ponta final de primeira parte menos conseguida, empatou a 17 aos 40′ mas um parcial de 3-0 em cinco minutos acabou por ser determinante para o resto do encontro, com o FC Porto a aproveitar a ansiedade de marcar rápido dos leões para revelar uma maior maturidade e gerir o resultado até ao final, de novo com Quintana a fazer a diferença nos momentos chave ao contrário da baliza verde e branca que foi alternando sempre entre Skok, Manuel Gaspar e Cudic. Diogo Branquinho (logo ele que quando estava no ABC esteve perto de reforçar o Sporting) foi o MVP do jogo com nove golos, mais um do que o grande destaque dos leões, Frankis Carol.