A vila de Mocímboa da Praia acordou esta terça-feira-feira mais calma, mas com marcas das confrontações entre as forças governamentais e um grupo armado que na segunda-feira invadiu a vila, disseram esta terça-feira à Lusa fontes locais.
A vila fica a 90 quilómetros dos megaprojetos de gás natural em construção no país e que representam alguns dos mais importantes investimentos privados em curso em África.
Um residente ouvido esta terça-feira pela Lusa descreve que as pessoas voltaram a circular nalgumas zonas, mas há corpos nas ruas e marcas das confrontações entre as forças de defesa e segurança e o grupo que atacou a vila, ao cabo de dois anos de violência armada na província de Cabo Delgado.
“Estamos a encontrar pessoas mortas, entre militares e civis. Alguns perderam a vida algemados”, afirmou, por telefone, um residente. Ainda não é claro quem controla a vila, descrevem, sendo que uma das pessoas refere que o grupo armado controla o porto de Mocímboa.
Uma fonte disse que o ataque ocorreu duas semanas após o desaparecimento de um grupo de 43 habitantes que supostamente integram o movimento autor do ataque.
Um grupo armado invadiu a vila na madrugada de segunda-feira e esteve em confronto, com disparos de várias armas, durante o resto do dia, com as forças de defesa e segurança moçambicanas. A polícia referiu que o grupo ocupou o quartel da vila, onde içou a sua bandeira, destruiu casas, vandalizou espaço públicos e criou barricadas nas principais entradas de Mocímboa da Praia.
A população esteve fechada dentro de casa, sem circular, disseram residentes à Lusa. O comando-geral da polícia moçambicana fez na segunda-feira um apelo à calma e disse estar a combater os agressores.
Imagens captadas pela população e que a Lusa teve acesso mostram bancos, carros e residências vandalizadas.