A Alemanha está a ponderar a criação de um “passaporte imunológico” que permite a quem já tenha anticorpos contra o novo coronavírus sair da quarentena obrigatória, explicou o Der Spiegel. O sistema ainda está a ser desenvolvido pelos cientistas alemães e não há confirmação de que será utilizado.

A ideia alemã é testar pelo menos 100 mil pessoas numa fase inicial através de um teste serológico rápido ao sangue que permite analisar se os pacientes têm anticorpos contra a doença. Nesses casos, não só o paciente está imune ao SARS-CoV-2, como provavelmente não transmitirá o vírus a outras pessoas.

Quem está imunizado contra a doença recebe então um “passaporte imunológico” que lhe permite voltar a sair de casa. No entanto, terá de repetir o teste serológico de tempos a tempos para que os cientistas estudem a avaliação clínica do paciente; e a eficácia da ideia.

A concretizar-se esta lógica, cada vez mais alemães iriam ser testados de modo a monitorizar a evolução da pandemia e perceber se a Alemanha pode entrar numa estratégia de imunidade de grupo, em que uma grande porção da população já está imune ao vírus e, por isso, não fica doente nem infeta quem não tem essa imunidade.

Esta ideia tem de ser amadurecida, disse ao El Confidencial o biólogo molecular Miguel Ángel Llamas: “Os anticorpos demoram sete dias a aparecer, portanto é possível que o teste não detete alguns pacientes”. No entanto, pode resultar, uma vez que “o teste de anticorpos diz se alguém já foi confrontado com o vírus em algum momento, porque a infeção pode ter terminado e os anticorpos permanecem, como nas vacinas”.

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