(em atualização)

O pai e a madrasta de Valentina, a criança morta na semana passada em Peniche, vão ficar em prisão preventiva. A decisão é do Tribunal de Instrução de Leiria, que optou pela medida de coação mais pesada para ambos.

O casal é suspeito de crimes diferentes: ambos respondem por ocultação do cadáver da criança de nove anos e por homicídio qualificado, mas, no caso da madrasta, esse homicídio, segundo o tribunal, terá sido cometido por omissão e sob dolo eventual. Esta qualificação jurídica específica significa a arguida não terá sido responsável direta pelas agressões, mas percebeu que Valentina poderia morrer por causa delas e conformou-se com essa possibilidade, negando-lhe o auxílio de que necessitava.

Além disso, o pai da criança também ficou indiciado por violência doméstica. O juiz de instrução terá concluído que, antes da agressão que se revelaria fatal, a criança também foi vítima de violência por parte de Sandro Bernardo — que já se encontra no Estabelecimento Prisional anexo à sede da PJ, onde ficará detido a aguardar os próximos passos judiciais.

A revista Sábado avança, entretanto, que o Ministério Público quer que os dois filhos que o casal tem em comum lhes sejam retirados e que a arguida perca também a guarda de um outro rapaz, mais velho. Esse pedido já terá dado entrada no Tribunal de Família e Menores das Caldas da Rainha, com carácter de urgência.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A prisão preventiva foi aplicada aos arguidos depois de, na terça-feira, ambos terem decidido prestar declarações perante o juiz. No depoimento, Sandro Bernardo manteve a tese que tinha relatado à Polícia Judiciária, recusando qualquer responsabilidade na morte de Valentina. Márcia Bernardo, apurou o Observador, terá insistido que nada podia ter feito para evitar aquele desfecho.

Pai de Valentina nega responsabilidade na morte da filha. Madrasta diz que não podia ter feito nada para a evitar

Os dois foram detidos no fim de semana, depois de, segundo a investigação, terem encenado o desaparecimento da criança. A Polícia Judiciária acredita que a menor foi agredida de forma violenta na quarta-feira, acabando por morrer. O corpo só seria escondido num eucaliptal algumas horas depois, já à noite. O relatório preliminar da autópsia identificou várias lesões que serão consistentes com agressões.