O Mural alusivo aos 50 anos do 25 de Abril de 1974 na Maia foi vandalizado durante a noite com pichagens de louvor a Salazar, anunciou a autarquia, que garantiu que a obra será na mesma inaugurada esta quinta-feira.

Em comunicado, a Câmara Municipal da Maia, no distrito do Porto, assegurou que a obra, de autoria de Regg Salgado e Mariana Santos e encomendada pelo município no âmbito do Programa Cultural das Comemorações, vai ser inaugurada pelas 15h30, como planeado.

Numa publicação na sua página pessoal da rede Facebook, o vereador da Cultura daquela autarquia, Mário Nuno Neves, descreveu que foram feitas pichagens “de louvor ao ditador António Oliveira Salazar e com outras frases fascistas”.

No entanto, a autarquia garantiu que “esse facto não impede” nem a inauguração, marcada para esta tarde, nem os trabalhos necessários de restauro da obra. “Quando a Liberdade que Abril nos concedeu é usada com inteligência, os portugueses elevam-se. Quando a mesma é usada com estupidez, com foi neste ato de vandalismo, todos nós nos apoucamos”, escreveu Mário Nunes Neves.

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O vereador reforçou ainda o convite à população para que compareça à inauguração do Mural: “Que a presença de todos signifique um claro repúdio a atos praticados por quem com a História nada aprendeu”.

“O som da Revolução”, descreve a autarquia “é uma impactante manifestação artística”, com 420 metros quadrados, na qual os artistas “quiseram fazer uma homenagem aos milhares de pessoas que fizeram a revolução acontecer e que continuam até aos dias de hoje a lutar e a zelar pela liberdade”.

A pintura integra uma pessoa a segurar num rádio, pois foi exatamente na rádio que se ouviram as senhas que secretamente deram o sinal para o início da revolução.

Outras áreas do mural mostram multidões que se juntaram, na rua, para apoiar e celebrar a revolução durante o 25 de Abril e nos dias e semanas que se sucederam, um pouco por todo o país.

“Esta obra pretende enaltecer a população que fez parte da revolução pois foi exatamente pela sua adesão em massa ao movimento, que a reação do regime foi praticamente inexistente, tornando o 25 de Abril talvez a revolução mais pacífica da história”, aponta a autarquia.