Abril foi o único mês que apanhou a pandemia a 100% na Europa, com fábricas paradas, concessionários fechados e clientes impedidos (ou quase) de sair de casa. Daí que não seja de estranhar que as transacções de veículos novos tenham diminuído 78,3% na Europa, o continente mais fustigado pela crise do planeta. De todos os países, à Itália tocou a parte de leão, sendo o mercado que mais caiu, com 97,6%. Mas o Reino Unido e Espanha também sofreram fortemente, com quedas nas vendas de 97,3% e de 96,5%, respectivamente.

Em Abril, os clientes estiveram tão afastados dos stands de automóveis que não faltaram os países que viram eclipsar-se as vendas, com a França a cair 88,8% e a Alemanha, o maior mercado europeu, a vender apenas 61,1% do que era habitual. De recordar que, em Portugal, o “desastre” foi de 84,6%.

Ainda no Velho Continente e analisando o desaire generalizado, mas agora por marcas, as vendas da BMW caíram 69,7%. Contudo, face à desgraça que foi a procura por carros novos em Abril, o construtor bávaro acabou por figurar na liderança, ao registar melhores resultados do que os grupos Volkswagen, que caiu 75%, Renault (79,5%), Daimler (80,1%) e PSA (82,4%).

Fora da Europa, a maioria dos países também teve de lidar com falta de procura. Os EUA transaccionaram menos 47% de veículos, ligeiramente pior do que o Japão (30%), mas bastante melhor do que o Brasil, que registou uma quebra de 77%.

Próximo da “perfeição” esteve a China, cujas vendas caíram apenas 2%, o que pode devolver algum ânimo aos países da União Europeia, que procuram acelerar a retoma e que, assim, poderão vir a seguir o exemplo chinês. Isto se o país for mais “transparente” a contabilizar as vendas de automóveis do que as vítimas da Covid-19.

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