Moçambique registou em maio uma deflação mensal de 0,6%, de acordo com os dados esta quarta-feira publicados pelo boletim do Índice de Preços no Consumidor (IPC) do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A tabela dos últimos 29 meses mostra que o país tem registado deflação mensal sensivelmente a meio do ano: foi assim em junho de 2018 (0,12%) e entre maio e julho de 2019 (0,31%, 0,23% e 0,31% respetivamente).

Desta vez, “o país registou [em maio] face ao mês anterior [abril 2020] uma deflação na ordem de 0,6%”, sobretudo devido à redução de preços nos setores da educação (0,32%) e de alimentação e bebidas não alcoólicas (0,23%), refere o INE.

Desagregando a variação mensal por produto, destaca-se a queda de preços do tomate (14,2%), da alface (13,3%) e da gasolina (2%).

O boletim do Índice de Preços no Consumidor (IPC) destaca ainda cortes nos preços do ensino particular, do básico ao superior, que vão de 14% a 30%.

Apesar de não fazer referência a impactos da covid-19 nas contas apresentadas, o documento abrange um período em que as escolas já estavam encerradas em Moçambique (desde 23 de março) como medida de prevenção de infeções pelo novo coronavírus.

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Por conta da suspensão do ano letivo, vários estabelecimentos têm negociado os valores de propinas com os encarregados de educação.

A inflação média a 12 meses subiu em maio de 2,73% para 2,78% – mantendo-se na casa dos 2,7% desde novembro de 2019.

A inflação homóloga foi de 3,02%, o valor mais baixo de 2020, e o total acumulado deste ano, decorridos cinco meses, é de uma inflação de 1,14%, mais baixo que em 2018 e 2019 no mesmo período.

Os valores do IPC são calculados a partir das variações de preço de um cabaz de bens e serviços, com dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula.

O banco central moçambicano tem referido desde março que “as perspetivas de inflação para o médio prazo continuam favoráveis, porém, o agravamento do risco da pandemia de covid-19 exige que o sistema financeiro esteja suficientemente preparado, com liquidez necessária, para dar resposta célere aos possíveis efeitos negativos”.

Moçambique regista um total acumulado de 453 casos de infeção pelo novo coronavírus, com duas mortes e 136 recuperados.