Deputados socialistas questionaram esta sexta-feira a ministra da Cultura se tem conhecimento de que o programa “7 maravilhas de Portugal”, da RTP, tem entre os candidatos finalistas um que apresenta uma dança denominada “Baile dos pretos”.

Esta pergunta dirigida a Graça Fonseca, à qual a agência Lusa teve acesso, é subscrita pelos deputados do PS Hugo Oliveira, Joana Sá Pereira, Rosário Gamboa, Bruno Aragão, Susana Correia e Cláudia Santos.

Na dança, segundo os socialistas, participam “pessoas caucasianas que se pintam de negro e dançam ao som destas quadras: O preto é o rei dos matos; imperador dos macacos; não posso levar avante; pretinho andar de sapatos“.

“Desconhecemos as razões que levaram à admissão por parte do programa de um evento cultural que é manifestamente desadequado e desajustado nos dias de hoje. O respeito pelas tradições não se pode sobrepor ao respeito que, enquanto cidadãos, temos por todas as pessoas na sua enriquecedora diversidade”, alega-se na introdução da pergunta , que tem como primeiro subscritor Hugo Oliveira, deputado socialista eleito por Aveiro.

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“Tem o Ministério da Cultura conhecimento de que o evento cultural Bailes do Corpo de Deus – Carvalhada, que inclui o referido Baile dos Pretos, foi selecionado como finalista regional do programa, que tem como televisão oficial a RTP? Quais os critérios que nortearam a admissão desta suposta manifestação cultural no referido programa?”, questiona este grupo de deputados socialistas.

Os deputados do PS deixam ainda mais uma pergunta à ministra da Cultura: “Uma vez que a emissão televisiva apenas se inicia no próximo dia 6, não deveria o Ministério instar à reavaliação da participação desta suposta manifestação cultural no programa?”.

Neste diploma, salienta-se, ainda, que este tipo de atos “normaliza hoje uma ideia de menorização, que deve estar completamente ultrapassada”.

“Cremos que é missão pública de quem tem o dever de informar promover atividades, eventos e iniciativas que se pautem pelo respeito entre todos e combatam toda e qualquer prática discriminatória”, acrescenta-se na pergunta dirigida à ministra da Cultura.