O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus, disse esta quarta-feira que, conquistada a independência do país, falta cumprir o “objetivo máximo” do bem-estar, felicidade e independência económica da população. “Em 1975, dizíamos que o objetivo mínimo era a ascensão à independência, mas falta o objetivo máximo que é garantir o bem-estar, a felicidade e a independência económica de cada são-tomense e de São Tomé e Príncipe”, disse Jorge Bom Jesus.

O chefe do governo são-tomense intervinha esta quarta-feira, por videoconferência, numa sessão virtual evocativa do Dia Nacional do Mutualismo, promovida pela União das Mutualidades Portuguesas. São Tomé e Príncipe comemora, a 12 de julho, os 45 anos da independência de Portugal, um percurso, que segundo assinalou Jorge Bom Jesus, o país “tem contado sobretudo com a cooperação portuguesa”.

“As afinidades da língua, da cultura da história, esta lusofonia dos afetos, que temos de continuar a fortalecer e a engrandecer”, defendeu. Na mesma sessão, Jorge Bom Jesus foi distinguido com o Prémio Mutualismo e Solidariedade, por, segundo os organizadores da iniciativa, “encarar o modelo mutualista português como uma fonte de inspiração para o desenvolvimento económico e social do país”.

“Este prémio dá-me mais força para continuar a trabalhar nos laços de cooperação e de amizade com Portugal e com as suas instituições”, disse o primeiro-ministro.

Jorge Bom Jesus assinalou, por outro lado, “o momento excecional” que se vive em todo o mundo no contexto da pandemia de Covid-19, congratulando-se com o facto de São Tomé e Príncipe ter beneficiado de “uma vasta teia de solidariedade internacional” no combate à doença. “Num país em que a pobreza grassa, foi preciso mobilizar o apoio das organizações não-governamentais, nacionais e internacionais, do governo, da diáspora e das cooperações bilaterais e multilaterais para podermos levar a cabo algumas ações”, apontou.

O líder do Governo assinalou, além da vertente de saúde, a distribuição de 30 mil cestas básicas às famílias vulneráveis, bem como a atribuição de ajudas financeiras, com o apoio do Banco Mundial, a cerca de 2.600 famílias. “É um processo que vamos alargar para cerca de 20 mil famílias”, estimou, sublinhando igualmente o apoio às pessoas com deficiência, às crianças e aos idosos.

Para Jorge Bom Jesus, esta crise foi também “uma oportunidade para a afirmação dos valores do humanismo”.

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