794kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Um FamaShow que não soube ser EuroFama e falhou o sonho que nem sabia que tinha (a crónica do Marítimo-Famalicão)

Este artigo tem mais de 3 anos

Um conto de fadas que não teve final feliz: o Famalicão empatou com o Marítimo (3-3), deixou fugir o quinto lugar para o Rio Ave e falhou a Liga Europa na melhor temporada da história do clube.

Os famalicenses começaram a perder, estiveram em vantagem nos descontos mas acabaram por deixar fugir os importantes três pontos
i

Os famalicenses começaram a perder, estiveram em vantagem nos descontos mas acabaram por deixar fugir os importantes três pontos

LUSA

Os famalicenses começaram a perder, estiveram em vantagem nos descontos mas acabaram por deixar fugir os importantes três pontos

LUSA

Com o campeão nacional já decidido e consagrado, restavam três corridas para decidir no último dia da temporada mais atípica da história da Primeira Liga: o terceiro lugar, o quinto lugar que é o último de acesso às competições europeias e a luta pela manutenção. E a primeira a ficar decidida era a do meio, com Famalicão e Rio Ave a entrarem em campo à mesma hora para decidirem, no derradeiro dia do Campeonato, quem agarrava a última vaga para a Liga Europa do próximo ano.

Ambas as equipas jogavam fora de portas: o Famalicão na Madeira, com o Marítimo, e o Rio Ave no Bessa, com o Boavista. E em teoria, a tarefa mais complicada estava reservada ao conjunto de João Pedro Sousa, que viajava até aos Barreiros para enfrentar uma das equipas que melhor se apresentou nesta retoma, pelo menos no que toca aos índices físicos e ao nível exibicional. Oito pontos acima da zona de despromoção e já com a manutenção garantida, os madeirenses tinham pouco ou nada a perder e entravam em campo com o objetivo de terminar a Liga com uma vitória em casa, depois de um empate com o Rio Ave e uma derrota com o V. Guimarães.

Um ponto separava as duas equipas antes do apito inicial das sete da tarde, com vantagem para o Famalicão, e era necessária uma vitória à equipa de João Pedro Sousa para fazer história e carimbar o apuramento para a Europa na primeira temporada de regresso à Primeira Liga. E o treinador tinha plena noção de que essa qualificação, aliada à já garantida melhor posição de sempre do clube no principal escalão do futebol português, seria uma alegria que exteriorizaria o plantel e a equipa técnica. “Vamos ficar tristes por não conseguir o objetivo, porque não vencemos o jogo. No entanto, não nos esquecemos do que fizemos. Estes jogadores estão de parabéns pelo grande Campeonato que fizeram. Se não correr bem, o estado de espírito será igual ao dos outros jogos que não ganhámos, mas percebendo da importância que tem para o clube, cidade e adeptos”, explicou João Pedro Sousa na antevisão da deslocação à Madeira, sublinhando depois que era “difícil” a época ter sido “mais positiva”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Começámos com um projeto arrojado, um projeto com coragem, um projeto que passou um bocadinho do papel branco do presidente para um projeto que é real, que foi construído degrau a degrau, com muita cabeça. Penso que agora, ao fim, só podemos olhar para trás e dizer que os jogadores estão de parabéns, o presidente também, a estrutura também. Toda a gente está. A época foi excecional. Temos 53 pontos, na época passada quem ficou na última vaga fez 52, no ano anterior creio que 51. Nas últimas épocas estaríamos classificados. Infelizmente para nós, esta época estes 53 pontos não vão chegar, mas vamos tentar dar uma pincelada final nesta grande época”, concluiu o técnico, garantindo que o objetivo principal continuava a ser ganhar o jogo.

Depois de perder o match point do passado fim de semana, quando uma vitória garantia desde logo o apuramento europeu, esteve a vencer o Boavista por dois golos de vantagem e acabou por ceder o empate, o Famalicão entrou algo adormecido contra o Marítimo e só demorou dois minutos a ficar desde logo em desvantagem. Na conversão de um livre que desviou na barreira e enganou Vaná, Zainadine abriu o marcador (2′) e surpreendeu a equipa de João Pedro Sousa, que entrou na partida praticamente a perder. Depois de ficar em desvantagem, o Famalicão assumiu os desígnios do jogo e assentou a primeira fase de construção numa zona muito subida do terreno, empurrando o Marítimo para o próprio meio-campo: os madeirenses, contudo, estavam a ganhar e sentiam-se mais do que confortáveis com esta dinâmica, com menos bola mas o jogo na mão, sem permitir que os famalicenses entrassem nas costas da defesa ou explorassem a profundidade das alas, como é apanágio da equipa.

E antes ainda de estarem cumpridos 20 minutos, a informação vinda do jogo do Bessa tornou a tarefa do Famalicão mais premente: Taremi marcou para o Rio Ave e colocou a equipa de Carlos Carvalhal a ganhar ao Boavista, o que significava desde logo que o Famalicão estava a partir daí obrigado a vencer o Marítimo para carimbar a ida à Europa. Numa altura em que já ambos os treinadores pensavam no intervalo, e depois de a equipa de João Pedro Sousa ter controlado a primeira parte sem ser asfixiante, Zainadine cometeu falta sobre Toni Martínez no interior da grande área e Fábio Martins, na conversão do penálti, empatou a partida (45+6′).

Na segunda parte, e sem que nenhum dos treinadores tivesse feito qualquer alteração, o Marítimo voltou a ficar em vantagem logo nos primeiros instantes. Depois de um livre batido na direita, René Santos apareceu mais alto do que os defesas do Famalicão a cabecear e deixou a equipa de João Pedro Sousa novamente mais longe da Europa — numa altura em que o Rio Ave continuava a ganhar no Bessa graças ao golo de Taremi. O Famalicão reagiu com a entrada de Walterson e uma tripla substituição já depois de estar superada a hora de jogo e procurava empenhar-se na dinâmica que acabou por resultar no primeiro tempo: controlar, empurrar progressivamente o adversário para o próprio meio-campo e apostar na profundidade e na verticalidade para chegar aos necessários dois golos que valiam o passaporte para as competições europeias.

Até ao final, e enquanto que no Bessa Taremi bisou e garantiu a vitória do Rio Ave, o all in de João Pedro Sousa conseguiu o praticamente impossível: Roderick empatou de cabeça (87′) e já dentro dos descontos, num lance de assinalável frieza e qualidade individual, Rúben Lameiras bateu Amir e pôs o Famalicão na Liga Europa (90+1′). Com ainda seis minutos de descontos para jogar e a autêntica anarquia lançada dentro de campo, o Famalicão não conseguiu segurar a vantagem, sofreu um golo de Erivaldo ao quinto minuto de compensação e perdeu novamente o quinto lugar para o Rio Ave. Os vilacondenses vão à Liga Europa, o Famalicão falhou o sonho que há um ano nem sabia que tinha numa reta final de temporada totalmente atípica — o que não retira à equipa de João Pedro Sousa o mérito de ter feito a melhor época da história do clube, de ter sido um dos conjuntos que melhor futebol apresentou em Portugal este ano e de ter passado de surpresa a confirmação.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos