Os veículos oferecem cada vez mais sistemas de ajuda ao condutor, permitindo evitar acidentes mesmo quando quem está ao volante se distrai, ainda que por breves instantes, como acontece quando pretende mudar o posto do rádio, seleccionar novo destino no sistema de navegação, falar com o passageiro do lado ou admirar a paisagem que o rodeia. A American Automobile Association (AAA) testou um conjunto de veículos novos, lançados em 2019 e 2020, colocando à prova a eficiência dos seus sistemas de ajuda em duas situações distintas: a sua capacidade de se manter dentro da faixa de rodagem, bem como o seu potencial de evitar acidentes ao travar para evitar outro veículo que esteja parado na faixa de rodagem, ou a circular muito lentamente.

Entre os veículos incluídos na análise da AAA, destaque para o BMW X7, o Cadillac CT6, o Ford Edge, o Kia Telluride e o Subaru Outback, com o nosso interesse a recair no BMW e no Ford, por serem os únicos que estão a ser comercializados entre nós. De acordo com os técnicos que organizaram os testes, a maioria (73%) dos problemas que sentiram tiveram a ver com os sistemas destinados a manter o veículo dentro da faixa de rodagem, com o lane keeping, e até ao centro da mesma, para os modelos equipados com o sistema lane centering.

Concluíram os técnicos que os dispositivos são sensíveis à qualidade da pinturas das estradas, o que lamentavelmente nem sempre acontece. Daí que, durante os testes, os veículos sentissem dificuldade em descrever as curvas sem abandonar a faixa ou conseguissem manter-se ao centro dela. A consequência foi aproximar-se excessivamente de outros veículos, que circulavam no mesmo sentido ou em sentido oposto, além de invadir a berma.

Mais surpreendente foi o desempenho dos diferentes modelos, quando tinham pela frente um outro veículo que bloqueava a faixa de rodagem. O que era pedido ao sistema de ajuda ao condutor era que detectasse a situação perigosa e accionasse os travões para evitar o impacto, ou pelo menos reduzir a violência do embate. O BMW X7 embateu no falso veículo que surgia à sua frente duas em cada três vezes e, num dos embates, nem sequer reconheceu a sua presença, batendo-lhe a 46,5 km/h.

Perante esta situação, o Kia nunca conseguiu evitar o acidente, mas foi sempre capaz de detectar a presença do veículo simulado e accionar os travões, reduzindo a velocidade, mas não a anulando no espaço que tinha pela frente. Já o Subaru só embateu no falso veículo uma vez, tendo conseguido parar a uma distância de segurança nas outras duas tentativas. Veja aqui o relatório completo da AAA.

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