O ministro da Defesa Nacional disse esta terça-feira estar a acompanhar com grande preocupação a crise no Mali, onde estão destacados 63 militares da Força Aérea Portuguesa, na sequência da detenção do Presidente e do primeiro-ministro do país.

O ministro da Defesa Nacional está a acompanhar a situação no Mali com grande preocupação, mais ainda numa altura em que Portugal tem no território uma Força Nacional Destacada de 63 militares e um avião de transporte C-295″, segundo informação prestada à agência Lusa pelo gabinete de João Gomes Cravinho.

O ministro acentua “a ilegitimidade da imposição” da força para resolver o conflito e “considera fundamental respeitar a ordem constitucional do país”, adianta a mesma informação. “Qualquer mudança que venha a ocorrer no Mali não pode ser imposta pela força das armas”, salienta a fonte do gabinete de João Gomes Cravinho.

Portugal tem desde 1 de julho uma Força Nacional Destacada no Mali, no âmbito da Minusma (Missão Multidimensional Integrada para Estabilização das Nações Unidas do Mali), que inclui 63 militares da Força Aérea Portuguesa e um avião de transporte C-295.

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O objetivo do destacamento português é assegurar missões de transporte de passageiros e carga, transporte tático em pistas não preparadas, evacuações médicas, largada de paraquedistas e vigilância aérea, e garantir a segurança do campo norueguês de Bifrost, em Bamako, onde estão alojados os militares portugueses.

O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e o seu primeiro-ministro, Boubou Cissé, foram detidos por militares esta terça-feira ao final da tarde durante uma revolta, afirmou um dos líderes do motim citado pela agência France-Presse.

Presidente e primeiro-ministro do Mali detidos em motim militar

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez saber, através do seu porta-voz, que está a acompanhar com “profunda preocupação” a situação no Mali, condenando o motim militar que levou à detenção do presidente, foi esta terça-feira anunciado.

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Guterres “condena veementemente” estas ações, apelando para a “restauração imediata da ordem constitucional” e do “Estado de direito no Mali”. O secretário-geral da ONU defende também a “libertação imediata” de Ibrahim Boubacar Keita e dos membros do seu Governo.