Alguns clientes querem e pagam um Tesla mais calmo e barato, mas depois querem ter uma versão mais potente e desportiva. Daí que recorram a um hacker para desbloquear o acesso a mais cavalos, maior rapidez e mais autonomia. Porém, a partir da sede na Califórnia, a Tesla controla sempre o que acontece no software dos seus veículos e está atenta.
Há uns meses, a Ingenext anunciou o primeiro hack ao sistema da Tesla, cobrando cerca de metade da marca norte-americana para permitir o acesso dos Model 3 Dual Motor à maior capacidade de aceleração e Drift Mode, entre outras funções, só disponíveis para a versão Performance. Tudo indicava que isto seria um bom negócio para a Ingenext, mas só até a Tesla se aperceber. A marca americana criou uma solução para impedir o acesso ao seu software num dia, com os hackers a tentarem contornar as medidas no dia seguinte.
Tesla tried to block the Boost 50 Module in his last update 2020.32…nice try! Existing customers will receive an update. Still available for purchase. :)
Posted by Ingenext on Friday, August 28, 2020
Mas a Ingenext não se limitava a contornar as medidas de segurança da Tesla. Ia mais longe e divertia-se à conta do construtor ao “baralhar” o sistema criado pelo fabricante. O criador da Ingenext, Guillaume André já admitiu que a Tesla criou uma defesa muito boa ao seu Boost 50, detectando-o e banindo o veículo de aceder aos Superchargers e às actualizações over-the-air gratuitas sistemáticas.
Mas a Ingenext não desistiu e criou um Bonus Module, enviado aos clientes que já adquiriram o Boost 50, a quem vai permitir o acesso a uma série de funções, disponíveis apenas nas versões mais caras. Mas o mais provável é que, assim que o Bonus Module estiver activo, a Tesla o detecte e volte a bani-lo, pelo que resta saber até onde quererá o cliente ir, uma vez que será ele a sofrer com a ira do fabricante norte-americano. Isto porque, gratuitamente ou não, o acesso aos Superchargers é determinante para os clientes da marca. Tal como as actualizações OTA de software.