O líder do CDS-PP defendeu esta quinta-feira que a meta do partido para a ilha de São Miguel, nas eleições legislativas dos Açores, é eleger pelo menos um deputado no âmbito de uma “primavera democrática”.

Francisco Rodrigues dos Santos diz que o “partido será a grande surpresa” e que é necessário um “novo fôlego para a mudança que os Açores precisam” através da “rejeição do socialismo”.

O dirigente falava em Ponta Delgada, na apresentação de Nuno Gomes como cabeça de lista por São Miguel às eleições legislativas regionais dos Açores, de 25 de outubro.

O socialismo, na sua leitura, “vai tolhendo o desenvolvimento dos Açores, mais desigualdades sociais, elevados contrastes e assimetrias em todo o arquipélago, um clima de dependência e asfixia democrática”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O líder centrista referiu que o socialismo “prefere o amiguismo à mobilidade social através do mérito”, cultivando “interesses próprios em vez do desenvolvimento da ilha de São Miguel e dos Açores”.

“Rejeita-se o socialismo que quer promover os subsídios em vez de apoiar quem trabalha”, afirmou o centrista, que não quer o “controlo dos micaelenses, mas sim liberdade de expressão” e “coragem para afirmar uma alternativa democrática na ilha de São Miguel”, a par de menos Estado, criação de emprego, autonomia privada, respeitando-se “as liberdades de cada um”.

Francisco Rodrigues dos Santos considerou que depois de 20 anos de maioria absoluta do PSD e de 24 anos de poder socialista “é o momento certo para acabar com as maiorias de um só partido” nos Açores.

Já Artur Lima, líder dos centristas nos Açores, considerou que o partido não foi mais longe nas suas propostas para os transportes, saúde e educação, a par de outros setores, devido à maioria absoluta do PS/Açores .

Considerando a SATA “estratégica e fundamental para os Açores”, Artur Lima recordou que o CDS-PP “colocou grandes reservas à loucura do PS e do Governo Regional em querer privatizar a empresa”.

Na sequência da sua proposta de criação de uma comissão parlamentar de inquérito ao setor público empresarial regional, o líder centrista recordou que foi possível detetar que o avião A-330 “esteve parado no aeroporto Francisco Sá Carneiro, custando um milhão de euros por mês”, o que totaliza 36 milhões de euros em três anos, havendo ainda que liquidar mais 23 milhões até ao final do contrato de leasing.

Artur Lima estimou que são cerca de 60 milhões de euros que “foram atirados para o lixo pelo Governo socialista, que muita falta fizeram à SATA e à saúde”, se este valor “fosse investido no combate às listas de espera”.

A comissão parlamentar de inquérito ao setor público empresarial regional, ainda segundo Artur Lima, permitiu, para além da SATA, “descobrir as insuficiências da Sociedade de Promoção e Reabilitação de Habitação e Infraestruturas e os milhões de euros que podiam ter sido gastos no desenvolvimento dos Açores” e foram “esbanjados sabe-se lá onde e como”, sem haver “apuramento de responsabilidades políticas”.