Duas pessoas foram encontradas mortas no estado norte-americano de Oregon, elevando para seis o número de vítimas fatais registadas na quarta-feira devido aos incêndios que devastam a costa oeste dos Estados Unidos.

As duas vítimas são mãe e filho, de 12 anos, anunciou o xerife do condado de Marion. No estado de Oregon, pelo menos cinco localidades foram praticamente destruídas pelos fogos “sem precedentes”, indicou a governadora Kate Brown, que teme “numerosas perdas, em termos de edifícios e de vidas humanas”, numa altura em que estão em curso evacuações em massa. Horas antes, as autoridades tinham anunciado a morte de mais quatro pessoas noutros estados da costa oeste.

No estado de Washington, uma criança de um ano morreu e os pais sofreram queimaduras graves quando tentavam fugir às chamas, informou o gabinete do xerife do condado de Okanogan.

No norte da Califórnia, três pessoas morreram num incêndio que forçou milhares de pessoas a abandonar as casas. Um agente da patrulha de estradas da Califórnia, citado pela agência de notícias Associated Press (AP), disse à imprensa local que pelo menos uma pessoa foi encontrada morta num carro, quando tentava escapar às chamas.

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No estado de Washington, em apenas 24 horas, nove incêndios queimaram mais do dobro da área ardida durante todo o ano de 2019, ultrapassando os 133 mil hectares carbonizados, segundo o governador daquele estado, que faz fronteira com o Canadá. “As condições são tão secas, tão quentes, tão ventosas, porque o clima mudou”, disse o governador Jay Inslee, culpando as alterações climáticas pela extensão e intensidade dos incêndios. Mais de 100.000 pessoas estavam sem energia em casa.

A pequena cidade de Malden, no estado de Washington, ficou praticamente destruída, com o quartel dos bombeiros, os correios e a câmara municipal “reduzidos a cinzas”, disse o xerife Brett Myers, em comunicado.

Os incêndios florestais continuam descontrolados no oeste dos Estados Unidos, com ventos fortes a alimentarem as chamas.

Os fogos estão a afetar estados como a Califórnia, onde um número sem precedentes de incêndios forçou resgates de milhares de pessoas e evacuações de vastas áreas: Washington, Oregon, Idaho, Colorado e Montana. Vários estudos nos últimos anos têm ligado os cada vez maiores incêndios florestais nos EUA ao aquecimento global provocado pela queima de carvão, petróleo e gás.

A Califórnia já bateu um recorde, com perto de um milhão de hectares (930.800) ardidos este ano, ultrapassando o valor dos grandes incêndios de há dois anos.

Os meteorologistas preveem uma mudança nas condições do tempo nos próximos dias, que pode ajudar a combater os fogos, nomeadamente uma queda de temperatura até 15 graus. Pode ainda haver uma diminuição dos ventos até quinta-feira, “trazendo algum alívio para os incêndios em curso” e para a “ameaça” de mais fogos, segundo os meteorologistas.