Este negócio, que poucos julgavam possível, foi tornado público pelas publicações alemãs Süddeutsche Zeitung e a Manager Magazin, que avançaram o interesse do Grupo Volkswagen em desfazer-se da mítica Bugatti. O comprador é a Rimac, a pequena empresa croata especialista em hiperdesportivos eléctricos que, além de produzir o C_One, faz também o C_Two, este último com 1914 cv e capaz de atingir 412 km/h.

Rimac já tem linha de produção para o C_Two

A venda da Bugatti poderá parecer um excelente negócio, desde que o potencial comprador disponha de cerca de 500 milhões de euros e, mais do que isso, tenha os bolsos suficientemente fundos para suportar os enormes investimentos de que a marca francesa necessita para conceber e produzir o sucessor do Chiron, que obrigatoriamente terá de oferecer mais potência, tecnologia e, potencialmente, até algum nível de electrificação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Rimac, cujo potencial tecnológico é brilhante – a marca concebeu e produz alguns dos sistemas KERS que os F1 montam – comercializou 10 Concept_One com 1241 cv (dois dos quais Concept_One S) e prepara-se para vender 150 C_Two com 1914 cv. Se o know-how tecnológico é grande, a facturação da empresa de Mate Rimac ainda é diminuta, valendo-lhe as “fatias” que vendeu a empresas que querem ter acesso à sua tecnologia, das transmissões com duas velocidades aos sistemas eléctricos a 800 V, passando pela gestão de energia, tecnologia de baterias e tudo o resto de que necessitam os fabricantes que querem produzir um eléctrico moderno e não sabem como.

A lista dos construtores que adquiriram uma percentagem da Rimac tem a Porsche à cabeça, que controla 15,5% e que recorreu aos croatas para apressar e melhorar os seus eléctricos. O Camel Group controla 14%, a Hyundai 11% e a Kia 2,7%. Agora, segundo os jornais germânicos, a venda da Bugatti pelo grupo VW à Rimac passa pela Porsche incrementar a sua presença na Rimac para 49%. Para isso acontecer, ou Mate Rimac adquire as percentagens detidas pelos outros accionistas ou cede uma parte considerável dos 47% que detém. Há quem defenda que, depois da casa arrumada, o fundador da Rimac subirá a sua quota para 51%, uma vez que sempre manifestou interesse em não perder o controlo da empresa que criou.

De acordo com imprensa alemã, a administração da Volkswagen AG já terá aprovado o negócio, restando o acordo da supervisão da VW e a Rimac avançar com as negociações internas. As mencionadas publicações alemãs acrescentam ainda que há outras marcas do conglomerado germânico que poderão estar à venda, caso da Lamborghini, Bentley, Ducati e até da Italdesign. Pela parte que lhe diz respeito, a Bugatti afirma não comentar rumores e não ser deficitária, tendo comercializado 82 veículos em 2019.