O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta quinta-feira que a questão da lotação do Santuário de Fátima para a peregrinação do 13 de outubro deve estar acertada com as autoridades de saúde.

“Vou falar com o senhor reitor para saber quantos [peregrinos] são e como serão, mas é uma realidade que deve estar a ser acertada com as autoridades sanitárias”, disse esta noite Marcelo Rebelo de Sousa, antes de um jantar com empresários de Fátima, no concelho de Ourém, distrito de Santarém.

O chefe de Estado falava sobre a lotação de seis mil peregrinos anunciada pelo Santuário de Fátima, para a peregrinação internacional do 13 de outubro.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que no dia 13 de outubro estará, “em princípio” em Bruges, “numa homenagem ao dr. Mário Soares, na abertura do ano escolar do College of Europe em que ele é o patrono”.

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“Como Presidente da República Portuguesa fui convidado para representar Portugal”, acrescentou.

O cardeal António Marto apelou esta quinta-feira para a responsabilidade cívica dos participantes na peregrinação de 12 e 13 de outubro, no Santuário de Fátima, cujo acesso estará limitado a cerca de seis mil pessoas devido à pandemia.

O acesso ao Santuário será condicionado e entrarão peregrinos até se atingir o número máximo previsto do plano de contingência. Sei que para muitos que não poderão entrar será mais uma prova dolorosa. Peço-vos que encaremos esta situação com fé e responsabilidade cívica”, afirmou António Marto, numa mensagem em vídeo transmitida pelo Santuário de Fátima, no seu site e na rede social Facebook.

O também bispo de Leiria-Fátima recordou que, “por força das circunstâncias, o número de peregrinos que poderão entrar no recinto será limitado”, sem reserva prévia de lugares, mas com marcação de espaços.

O Santuário de Fátima estima a presença de seis mil pessoas no recinto durante a peregrinação de 12 e 13 de outubro, estando prevista a colocação de círculos no chão, que reforçará a distância entre as pessoas.

Numa nota de imprensa divulgada na quarta-feira, o Santuário de Fátima informa que, “de acordo com os planos efetuados”, estima-se a “presença de cerca de seis mil pessoas no recinto, numa área útil de 48 mil metros quadrados [m2], o que equivale a uma média de oito m2 por pessoa”.

No dia 13 de setembro o acesso ao Santuário de Fátima foi bloqueado quando o local atingiu a lotação máxima permitida no contexto da pandemia da Covid-19.

Marcelo admite que Fátima está a ser penalizada pela falta de grupos de peregrinos

O Presidente da República admitiu que os empresários de Fátima estão a ser penalizados pela falta de grupos de peregrinos, nomeadamente da Coreia do Sul, Estados Unidos, Polónia ou Itália, na sequência da pandemia de Covid-19.

É evidente que temos aqui um problema não só para as estruturas turísticas, mas um problema para toda a atividade económica relativamente a Fátima e a Ourém – já não falo dos concelhos vizinhos -, que dependem muito do turismo, que infelizmente o externo já não pode viajar hoje”, constatou Marcelo Rebelo de Sousa.

Quanto aos peregrinos portugueses, o chefe de Estado referiu que “começaram a vir progressivamente”, tal como ele próprio o fez “por duas vezes”.

“Da primeira vez havia 100 pessoas em todo o recinto do santuário. Houve muitas a seguir ao desconfinamento e mais tarde haveria já umas centenas de pessoas espalhadas pelo recinto do Santuário”, adiantou.

O chefe de Estado salientou que Fátima é um “polo de turismo religioso”, mas também de turismo cultural, histórico e patrimonial, que “tem sofrido muito”. Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que para que haja recuperação da economia é “fundamental que a pandemia não seja muito longa e que ofereça um horizonte de desagravamento, o que não tem acontecido neste momento”.

“Veremos como é que se passará daqui a umas semanas, daqui a um mês ou dois, para que a atividade económica e social possa ir regressando, nomeadamente o turismo, como é o caso aqui”, referiu, observando que o “turismo está ligado à restauração, a restauração ao comércio e o comércio aos serviços”, onde existem “muitas micro, pequenas e médias empresas”.

Acabei de vir de um fórum na Galiza [Espanha], onde o tema foi esse e a preocupação das autoridades espanholas é enorme em relação ao turismo e às consequências da paragem do turismo, nomeadamente do turismo externo, na vida económica espanhola, como na vida económica portuguesa”, rematou.