A distrital do PSD da Guarda considerou hoje que a Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço (ECDT) aprovada na 31.ª Cimeira Luso-Espanhola, ficou “muito aquém do expectável” e lamenta que o distrito tenha ficado “fora dos investimentos estruturantes”.

Os governos de Portugal e de Espanha aprovaram, no sábado, uma estratégia comum para o desenvolvimento da fronteira, no âmbito da 31.ª Cimeira Luso-Espanhola realizada na cidade da Guarda.

Da Cimeira Luso-Espanhola que decorreu na Guarda, da qual toda a população da raia esperava que fossem anunciadas medidas positivamente discriminatórias e arrojadas para tirar esta faixa fronteiriça da agonia em que está mergulhada, apenas resultou uma ECDT muito aquém do expectável, sem ambição suficiente para desencravar toda esta faixa fronteiriça”.

A estrutura partidária liderada por Carlos Condesso sublinha na nota que “para além de objetivos genéricos, alguns deles já praticados dos dois lados da fronteira, e cinco eixos de intervenção muito vagos e sem calendarização para se colocarem em prática algumas medidas concretas”, do encontro entre os chefes dos governos de Portugal e de Espanha, António Costa e Pedro Sánchez, respetivamente, “mais não saiu que uma mão cheia de nada em ambição e muito menos em investimento público”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O PSD lamenta que o distrito tenha ficado “de fora dos investimentos estruturantes” e que apenas constem do documento final dois investimentos “que já foram há muito anunciados por diversas vezes, e que atualmente já se encontram em fase avançada de conclusão, como é o caso do troço ferroviário Covilhã/Guarda e da ligação rodoviária Vilar Formoso/Fuentes de Oñoro”.

Da reativação da estratégica Linha de Caminho de Ferro desde o Pocinho até Salamanca, nem uma palavra. Da criação de um Porto Seco na Guarda, nem uma linha. A redução das portagens na A23 e A25 foi atirada para as calendas. A redução de custos de contextos para as empresas e benefícios fiscais para esta região de fronteira, nem vê-los. Os itinerários complementares IC6, IC7 e IC37, vão continuar a aguardar melhores dias”.

Segundo o PSD, os cidadãos do interior raiano esperavam “medidas concretas que melhorassem a sua qualidade de vida e que desenvolvessem economicamente” todo o território de fronteira, “o mais pobre, despovoado e envelhecido da União Europeia”.

A concelhia da Juventude Social Democrata (JSD) da Guarda, liderada por Tiago Saraiva Gomes, também emitiu um comunicado onde afirma que na estratégia que saiu da Cimeira Luso-Espanhola “não há uma única medida geral ou concreta que se possa considerar uma conquista em nome dos legítimos anseios dos cidadãos e das empresas” do concelho e da região.

Pelo contrário, vemos que a centralidade estratégica que demorou anos a construir é relegada para plano secundário, por exemplo, quando se define o corredor internacional sul como a aposta de futuro na ferrovia”.