Orçamento do Estado, acordo governativo nos Açores e, claro, o estado de emergência. As opções dos partidos já deixam marcas nas intenções de voto, segundo o barómetro de novembro da Aximage para a TSF e JN. Em sentido ascendente, o PS que viu um Orçamento do Estado viabilizado, conseguiu o apoio do PSD para fazer passar o estado de emergência no Parlamento e tem o primeiro-ministro de 15 em 15 dias a anunciar novas medidas ao país. Mas face à sondagem de outubro os socialistas recuperam 1,7 pontos percentuais (conseguindo agora 37,2%) e António Costa conquista 50% da confiança dos inquiridos para primeiro-ministro — em outubro estava nos 47%.

Já a solução governativa nos Açores parece merecer a penalização dos eleitores sociais-democratas. O PSD caiu dos 27% de outubro (que já era um resultado inferior ao das legislativas de 2019) para os 23,9%, ainda que Rui Rio tenha uma subida quase invisível no nível de confiança para primeiro-ministro (passa dos 17% para os 18%).

A terceira força política no Parlamento, o Bloco de Esquerda, que esta semana vincou o chumbo na votação do Orçamento do Estado para 2021 regista nesta sondagem uma percentagem de intenções de voto inferior à conseguida nas legislativas do ano passado. Dos 9,52% nas legislativas aos 10% em outubro e, agora, para os 7,9%. A nega dos bloquistas ao OE pode ter resposta nos atos eleitorais já do próximo ano. A popularidade de Catarina Martins também sofre um golpe, passando de uma apreciação negativa de 39% para 44%.

E em quarto lugar nas intenções de voto surge o Chega, com uma subida de 2,1 pontos percentuais. O deputado único, André Ventura, chegou ao Parlamento com o resultado de 1,29% em outubro de 2019, um ano depois já tinha 5,4% das intenções de voto e, agora, aproxima-se do Bloco de Esquerda com 7,5%. Se o PSD foi penalizado com o acordo nos Açores, o Chega parece beneficiar dessa opção da direita, mas não André Ventura, que continua a ter 55% de avaliação negativa ao seu desempenho enquanto líder partidário.

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Ainda na direita, o Iniciativa Liberal volta a cair, ficando-se agora pelos 2,2% e o CDS passa dos 4,42% das legislativas de 2019 para apenas 1% da intenção de voto dos portugueses.

O PAN também sobe nas intenções de voto e tem agora quase o dobro do resultado das eleições. Dos 3,32% expressos em urna aos 6,5% nas intenções. O suficiente para ultrapassar a CDU, que se mantém estável abaixo dos 6% (5,7% em outubro, 5,8% este mês).

Jerónimo de Sousa é agora o líder partidário com uma avaliação mais negativa de 58%, uma grande subida (era de 39% em outubro), mas que pode ser explicada pelo facto de a sondagem ter sido realizada nos dias que antecederam a realização do XXI Congresso do PCP e que gerou muita contestação, numa altura em que o país vive em estado de emergência e sujeito ao recolher obrigatório durante o fim de semana.