Mário Belo Morgado, secretário de Estado Adjunto e da Justiça, entrou na polémica sobre os dados falsos nos dados curriculares sobre o procurador europeu José Guerra. Na sua conta oficial de Twitter, justificou a retirada do site da Direção-Geral da Política de Justiça de um comunicado do diretor-geral demitido esta segunda-feira. “Quanto ao facto de ter sido retirado do Portal da Justiça um comunicado, a razão é simples: a dignidade das instituições e a autoridade democrática do Estado não permitem que dirigentes demitidos usem plataformas e serviços públicos como se fossem quintas privadas”, escreveu num post partilhado esta terça-feira.
Comunicado que responsabiliza ministra no caso do procurador europeu apagado do site da DGPJ
O comunicado em questão era assinado por Miguel Romão, que até esta segunda-feira era diretor da Direção-Geral da Política de Justiça (DGPJ) do Ministério da Justiça. Ele informava da sua demissão e apontava diretamente o dedo à ministra Francisca Van Dunem no caso da falsificação do currículo de José Guerra, escolhido para procurador europeu, foi apagado do site daquela instituição.
Quanto ao facto de ter sido retirado do Portal da Justiça um comunicado,
a razão é simples: a
dignidade das instituições e a autoridade democrática do Estado não permitem que dirigentes demitidos usem plataformas e serviços públicos como se fossem quintas privadas.— Mário Belo Morgado (@belo_morgado) January 5, 2021
Esta segunda-feira o mesmo secretário de Estado já tinha utilizado as redes sociais — a sua página de Facebook, neste caso — para atacar o mesmo Miguel Romão e o já referido comunicado. Nele, o agora ex-diretor da Direção-Geral da Política de Justiça (DGPJ) do Ministério da Justiça, dizia que tinha colocado o seu lugar à disposição junto da ministra Van Dunem “no cumprimento da lógica republicana de que erros administrativos que afetem a reputação e dignidade do serviço público devem ser assumidos pelo dirigente dos serviços, independentemente da sua prática direta ou de responsabilidade do próprio”, aproveitando para com isso apontar o dedo à ministra: “o que naturalmente não ocorreu neste caso concreto”.
Manobras embrulhadas em angélica invocação (em vão) da “lógica republicana”:1. Os ministérios são estruturas complexas…
Posted by Mário Belo Morgado on Monday, January 4, 2021
Na publicação, Mário Belo Morgado defende a ministra ao dizer que “todos os dias são produzidos inúmeros documentos, muitos dos quais não chega ao conhecimento efetivo dos governantes”, e dá a entender que Romão estava apenas a tentar “cavalgar a onda político-mediática que nos últimos dias tem explorado e empolado” aquilo que a posição oficial do Estado diz serem “lapsos” no currículo do procurador europeu José Guerra apresentado à União Europeia