O European Battery Innovation (EBI) é um dos mais recentes programas da Comissão Europeia, sendo considerado um “projecto europeu de interesse comum” e, como tal, dotado com 2,9 mil milhões de euros. A finalidade é equipar a Europa com a capacidade de produzir baterias de primeira qualidade, em termos de custos e de eficiência energética, capazes de manter o Velho Continente como uma das referências na produção de veículos eléctricos, que os dirigentes eleitos acreditam ser o futuro.
O EBI visa promover novas tecnologias relacionadas com as células dos acumuladores, bem como a química que está por detrás da sua capacidade de carregar e descarregar, evitando a perda de eficiência com o passar dos anos, ou seja, com o número de ciclos carga/descarga. A Comissão valoriza ainda a utilização nova de materiais já conhecidos, bem como o desenvolvimento de novos e mais avançados, além de projectos que visem a sustentabilidade e reciclagem.
Os apoios do EBI estão divididos em quatro campos distintos (materiais normais e avançados, células de baterias, sistemas de gestão de energia de baterias e reciclagem e sustentabilidade), existindo várias empresas já aprovadas para receber apoios, que vão depender da dimensão e do potencial dos respectivos projectos. FCA, BMW e Tesla (esta última através apenas da produção de acumuladores prevista para a Gigafactory Berlim) figuram entre os beneficiários, com a marca norte-americana a ser considerada em três campos distintos, ao contrário das suas rivais, que surgem em apenas dois.
Aos 2,9 mil milhões da UE, há que juntar as verbas que muitos países (quase todos) estão na disposição de avançar para atrair investimentos nestas áreas, sejam eles provenientes de construtores de automóveis ou de fabricantes especializados de baterias, uma vez que os acumuladores não só são a peça mais cara de um veículo eléctrico, como são também aquela que pode fazer a diferença, garantindo maior autonomia e menores custos.
Mas apesar destas realidades inquestionáveis, pelo menos tecnicamente, nem todos os fabricantes estão na disposição de investir na produção de baterias, temendo a volatilidade da tecnologia, que se espera há anos que dê um salto quântico que continua a não chegar. Isto leva esses mesmos fabricantes de automóveis, que criam riqueza e emprego em solo europeu, a confiar em fornecedores chineses e sul-coreanos para as baterias de que necessitam, o que pode fazer perigar o seu futuro, uma vez que esses países têm fabricantes próprios de veículos, o que pode desestabilizar o mercado.