O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, manifestou-se esta segunda-feira pronto para “continuar a colaborar” com o Kosovo, após as eleições legislativas que deram a vitória ao movimento de esquerda nacionalista Vetevendosje.

“A União Europeia irá continuar a colaborar com as autoridades, com o objetivo de apoiar o Kosovo a atingir progressos tangíveis no seu caminho europeu”, lê-se num comunicado publicado pelo chefe da diplomacia europeia e pelo comissário para a Vizinhança e Alargamento, Oliver Varhelyi.

Para tal, os dois responsáveis referem que o país terá de “continuar a progredir nas reformas, através do acordo de Estabilização e de Associação e da Agenda Europeia de Reformas”, devendo também mostrar avanços na “cooperação regional”, com particular destaque para a normalização das relações entre Pristina e Belgrado.

“O caminho europeu do Kosovo passa por uma normalização abrangente das relações com a Sérvia, e a UE espera que as novas autoridades em Pristina possam cooperar de maneira construtiva com vista a continuar as reuniões do diálogo facilitado pela UE [para as relações entre a Sérvia e o Kosovo] e a aproveitarem a oportunidade dos mesmos para chegar a um acordo abrangente”, frisa o comunicado.

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Borrell e Varhelyi dizem estar “expectantes” pela formação da “nova Assembleia e do Governo”, assim como pela “eleição de um novo Presidente”.

A União Europeia enviou uma missão eleitoral de especialistas que irá permanecer no Kosovo para seguir os procedimentos pós-eleitorais e emitir recomendações”, sublinham.

Com 98% dos votos apurados esta segunda-feira, o Partido do Movimento de Determinação (Vetevendosje), de esquerda nacionalista, tinha 48%, muito à frente do Partido Democrático do Kosovo (PDK), de centro direita, com 17% e do partido conservador governante Liga Democrática de Kosovo (LDK), com 13%, tendo ambos admitido a derrota.

Com estes resultados, o movimento, liderado por Albin Kurti, duplica o número de deputados que tinha.

As eleições legislativas no Kosovo foram antecipadas após o Tribunal Constitucional ter considerado em dezembro que a eleição pelo parlamento, seis meses antes, do Governo conservador de Avdulah Hoti fora ilegal.

Desde o final da guerra em 1999, o Kosovo organizou oito eleições legislativas (2001, 2004, 2007, 2010, 2014, 2017, 2018, 2019) e apenas um Governo conseguiu chegar a seu termo.