O Chega perdeu 1,8 pontos percentuais nas intenções de voto dos portugueses em fevereiro, de acordo com o barómetro da Intercampus, realizado para o Negócios e o Correio da Manhã. Em contraponto, a Iniciativa Liberal sobe os mesmos 1,8 pontos percentuais, numa sondagem em que o PS perde terreno, mas apenas ligeiramente, depois da fase mais aguda da pandemia. Tem agora mais 13 pontos do que o PSD.

Os resultados desta sondagem sugerem que está a ser dado mais um passo na recomposição do eleitorado à direita. A Iniciativa Liberal sobe de 3,8% para 5,6%, colando-se à CDU (que continua a ocupar o quinto lugar, após subir uma décima, para 5,8%). E, desta vez, não terá sido à custa do PSD, que sobe de 24,1% para 24,7%, nem do CDS, que — apesar de estar em oitavo lugar — teve uma subida de quatro décimas, para 2,7%, imediatamente após a clarificação da liderança no partido.

O barómetro, que não indica transferências de voto entre partidos, mostra, no entanto, que o partido de André Ventura é o único à direita que está em quedade 9,1% para 7,3%, apenas entre duas a três semanas depois das presidenciais em que o candidato com apoio do Chega obteve 11,9% dos votos.

A queda é tão acentuada que o Bloco de Esquerda, que desceu 0,9 pontos percentuais (de 9,1% para 8,2%), ganhou vantagem de quase um ponto sobre o Chega. No mês anterior os dois partidos estavam empatados no terceiro lugar. Agora, o partido de Ventura regressa à quarta posição.

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Na frente, o PS continua a não ter grandes oscilações. Em fevereiro, teve uma queda de quatro décimas para 37,6%, já depois do pico da pandemia, em que o país teve uma média de 12 mil casos diários numa semana, em que o número de internados se aproximou dos 7 mil (a 1 de fevereiro) e os doentes em cuidados intensivos ultrapassaram os 900.

O trabalho de campo da sondagem foi feito pouco depois, entre 8 e 13 de fevereiro, em pleno confinamento, numa semana em que a média de casos baixou de forma substancial (para cerca de 3 mil infeções por dia), em que o número de internamentos teve uma descida média de 300 casos por dia (a partir de dia 9) e os cuidados intensivos foram também caindo, embora a um ritmo mais baixo.

Nos restantes partidos, o PAN, apesar da queda de 0,5 pontos percentuais (para 3,1%), manteve vantagem sobre o CDS. E o Livre subiu de 0,2% para 0,7%.

Em relação à avaliação dos líderes partidários, a terceira vaga parece ter afetado a nota que os portugueses dão a António Costa — que baixou de 3,4 para 3,1 (em cinco) — tal como ao Governo, que cai de 3,3 para 3 valores, o nível mais baixo em pelo menos quatro meses. Em todo o caso, continua a ser o líder partidário com melhor avaliação.

Seguem-se Rui Rio, do PSD (2,9, depois de descer uma décima); Catarina Martins, do BE (2,7) e João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal — o único que tem melhor avaliação do que em janeiro (os mesmos 2,7 de Catarina Martins, depois de subida de três décimas). André Silva, do PAN (2,6), Jerónimo de Sousa, do PCP (2,4), Francisco Rodrigues dos Santos, do CDS (2,3) e André Ventura, do Chega (2,1) completam a lista, todos com descidas.