A ocupação das camas de unidades de cuidados intensivos ainda pede precaução — e provavelmente, a manter-se a tendência recente, deve levar pelo menos semana a semana e meia para baixar dos 200, o limite máximo definido pelos especialistas mais cautelosos –, mas em Portugal já se começa a ver uma luz ao fundo do túnel para o controlo da Covid-19.

Esta quinta-feira, os números do boletim da DGS voltam a colocar Portugal de volta a finais de outubro e inícios de novembro, no que à prevalência da pandemia diz respeito. Os dados são, em vários parâmetros, os mais residuais em quatro meses: no número de mortes diárias – para encontrar um número de óbitos em 24 horas  inferior é preciso recuar ao boletim de 28 de outubro -, no número de doentes em hospitais (é preciso recuar a 26 de outubro para encontrar menos) e no número de casos ativos, visto que as pessoas dadas como infetadas não eram tão “poucas” desde os primeiros dias de novembro.

Só a ocupação das unidades de cuidados intensivos dos hospitais portugueses, dedicadas ao tratamento de casos de desenvolvimento mais grave de doença (neste caso, Covid-19), continua a uma velocidade diferente. O país voltou a contabilizar menos de 400 doentes em UCI, visto que às 00h de esta quinta-feira estavam internadas em cuidados intensivos 399 pessoas. Se a queda diária na ocupação destas unidades tem sido notória e constante, e se este é o número de doentes em UCI mais baixo desde 13 de novembro, ainda há uma diferença latente face aos números dos primeiros dias desse mês .

Para se ter uma ideia, a 3 de novembro estavam hospitalizadas 320 pessoas em UCI – às 0h de esta quinta-feira, ainda estão mais 79 (399).

Os casos: mais 830, menos 330 do que há uma semanaa

Ao todo, nas últimas 24 horas, as autoridades de saúde nacionais detetaram mais 830 casos novos de infeção com o novo coronavírus em Portugal .

No mesmo dia da semana passada, o boletim identificava 1.160 novos casos. Face ao mesmo dia da semana anterior, há assim um registo de menos 330 casos novos de infeção.

Neste dia da semana, não se registava um número de novos casos de infeção tão baixo desde 24 de setembro – ou seja, é o boletim de quinta-feira com menos casos novos reportados dos últimos cinco meses.

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Desde que a pandemia chegou a Portugal, há um ano, tiveram teste de diagnóstico positivo à infeção 807.456 pessoas

As mortes: mais 28, quando até há duas semanas superava as 100

O boletim divulgado esta quinta-feira pela DGS, com dados apurados ao longo das 24 horas da véspera (4ª), reporta também mais 28 mortes. Nos últimos dias, o número de óbitos diários foi sempre superior a 30: mais concretamente, de 41 (3/3), 38 (2/3), 34 (1/3), 41 (28/2), 33 (27/2) e 58 (26/2).

Até há exatamente duas semanas (5ª, 18 de fevereiro, inclusive) os boletins diários da DGS andavam a reportar consistentemente mais de uma centena de mortes diárias – e entre 19 de janeiro e 8 de fevereiro, inclusive, o número de mortes diárias foi sempre superior a 200.

Ao longo de um ano de pandemia em Portugal morreram já mais de 16 mil pessoas. Mais exatamente, foram já reportadas 16.458 vítimas mortais.

Os hospitalizados e internados em UCI

Ao todo, às 0h de esta quinta-feira estavam hospitalizadas em Portugal com Covid-9 1.708 pessoas, menos 119 do que à mesma hora da véspera.

Este número inclui os doentes internados em cuidados intensivos, que à mesma hora eram 399 – menos 16 do que à mesma hora da véspera.

Os recuperados: mais 1.654 em 24h

Em Portugal, ao longo das 24 horas desta quarta-feira, 1.654 pessoas que estavam infetadas foram dadas como clinicamente recuperadas pelas autoridades de saúde.

Desde a chegada da pandemia ao país há um ano, cerca de 727 mil infetados (mais precisamente, 727.053) foram dados como recuperados.

Há perto de 64 mil infetados no país. Há um mês eram 160 mil

Às 0h de esta quinta-feira, existiam 63.945 casos ativos de infeção com o novo coronavírus em Portugal — ou seja, 63.945 pessoas eram dadas como estando infetadas no momento da última contabilização feita pela DGS. Este número exclui aqueles que não resistiram à infeção e os que já recuperaram.

A queda é notória. Há menos 852 pessoas dadas como infetadas pelas autoridades do que há 24 horas. Na última quinta-feira, há exatamente uma semana, o boletim da DGS reportava 73.848 casos ativos — praticamente mais 10 mil. E há um mês, a quatro de fevereiro, o boletim da DGS identifica 161.442 casos ativos, isto é, mais do dobro.

Madeira em contraciclo, com níveis altos de infeção

Em Lisboa e Vale do Tejo foram detetados pelas autoridades de saúde mais 376 casos de coronavírus. É a região do país onde foram identificados mais casos novos.

Seguem-se nas regiões atualmente mais afetadas pela Covid-19 a região Norte, com 207 novas infeções confirmadas, a região Centro, com mais 111 casos, a Madeira com mais 106 infetados, o Algarve com 22 novas infeções detetadas, o Alentejo com 5 casos novos e os Açores com 3 novas infeções.

A Madeira tem assim quase cinco vezes mais casos novos do que o Algarve e 21 vezes mais infeções do que o Alentejo. São indícios de elevados níveis de contágio, já que a Madeira tem muito menos infetados desde o início da pandemia (6.860) do que o Alentejo (28.537) ou o Algarve (20.180).

O número de casos novos na Madeira não difere muito inclusivamente do número de novos contágios detetados na região Centro, que ao longo de um ano de pandemia registou mais de 15 vezes mais infetados do que o arquipélago.

Algarve, Madeira e Açores sem mortes nas últimas horas

Nas últimas 24 horas, morreram em Portugal tantas pessoas infetadas com o novo coronavírus na região Centro (6) quanto no Norte.

O dado é particularmente relevante dada a diferença no número de infeções nas duas regiões ao longo de um ano de pandemia Covid-19 em Portugal: na região Centro ficaram infetadas, ao longo dos últimos 12 meses, 115.286 pessoas enquanto na região Norte registaram-se 326.928 casos (bem mais do dobro).

A região com mais óbitos diariamente reportados continua a ser Lisboa e Vale do Tejo, onde morreram mais 11 pessoas (das 28 no país) nas 24 horas de esta quarta-feira. No Alentejo morreram mais cinco pessoas. No Algarve, nos Açores e na Madeira não há registo de mais vítimas mortais, de acordo com a DGS.

As idades das vítimas: 3 abaixo dos 60, 20 acima dos 70

Das 28 pessoas que morreram em Portugal nas últimas 24 horas, nenhuma tinha menos de 40 anos, uma (uma mulher) tinha entre 40 e 49 e duas (dois homens) tinham entre 50 e 59 – ou seja, três das 28 tinham menos de 60 anos. A maioria das mortes foram, como tem sido habitual desde o início de pandemia, de pessoas com 70 anos ou mais.

Na casa dos 60 a 69 anos morreram mais cinco pessoas (três homens e duas mulheres) e na casa dos setentas morreram nove pessoas (4 homens e 5 mulheres). Foram ainda reportadas 11 vítimas mortais com 80 anos ou mais nas últimas 24 horas, quatro das quais homens e sete das quais mulheres.

Em Portugal, já morreram infetadas com o novo coronavírus mais de 10 mil pessoas com 80 anos ou mais – mais concretamente 10.898. O número de mortes ao longo de um ano de pandemia é inferior nas faixas etárias dos 70 aos 79 (ainda assim está próximo dos 3.500 – são 3.466), dos 60 aos 69 (1.456), dos 50 aos 59 (435), dos 40 aos 49 (147), dos 30 aos 39 (40), dos 20 aos 29 (12), dos 10 aos 19 (2) e com menos de 10 anos (2).