Esperar, esperar, esperar mais um pouco. Para nada. Já depois de Carlos Carvalhal, treinador dos minhotos, ter passado pela flash interview, Jorge Jesus recusou mesmo ir à zona de entrevistas rápidas da Sport TV após a vitória do Benfica frente ao Sp. Braga na Pedreira depois de o clube encarnado ter pedido sem efeito para que o volume da instalação sonora estivesse mais baixo após o apito final de João Pinheiro. Esta não é a primeira vez que o treinador dos encarnados se queixa do barulho antes de prestar declarações, depois do famoso “Take it easy” quando aconteceu uma situação semelhantes após o encontro frente aos ingleses do Arsenal.

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“Não fui porque achava que não havia condições para estar a falar, para poder responder às perguntas, com som de música, o ambiente do estádio. Pedimos para baixar a música, para se poder comunicar. ‘Ah mas os outros foram’, disseram. Mas eu não tenho nada a ver com isso. Já o tinha feito na Liga Europa, disse que ou se calavam ou não falava. Tem de se respeitar a organização do jogo mas a organização tem de saber organizar-se, porque quem vai comunicar com jornalistas tem de ter condições para o fazer”, explicou na conferência de imprensa, onde falou do bom momento da equipa, da importância da vitória e dos sintomas de Lucas Veríssimo.

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“Temos que recuperar na classificação. Hoje foi um confronto direto, a equipa conseguiu ganhar e passar para o terceiro lugar, fazendo um jogo de muita qualidade, em que podia ter saído daqui com uma vantagem muito maior. É verdade que o jogo se tornou mais fácil após a expulsão mas também é verdade que 11 contra 11 o Benfica já tinha perdido duas oportunidades na cara do guarda-redes sem o Sp. Braga fazer um remate. Soubemos tirar vantagem de ter um a mais. O guarda-redes do Braga tirou três quatro golos ao Benfica, fez uma boa exibição”, disse, prosseguindo: “É jogo a jogo, passo a passo. Ganhando hoje podíamos ficar em terceiro, foi o que aconteceu. Neste momento estamos a três pontos do segundo classificado e, portanto, o nosso objetivo é conseguir chegar o mais rápido possível ao segundo lugar. Estamos a passar um bom momento. Temos de continuar atrás do prejuízo, o mês de janeiro foi muito complicado para nós mas passo a passo estamos a recuperar”.

“Se este é o melhor Benfica da época? Não, não é o melhor. Começámos o Campeonato muito fortes. Nos primeiros sete jogos tivemos sete vitórias, duas na Liga Europa. Nessa altura a equipa estava muito forte. Agora tem vindo a recuperar. Três centrais? Nós projetamos para os jogos ideias de sistemas de jogo, achava que hoje era um jogo que podia permitir à equipa ter um corredor central mais fechado. Deu certo, às vezes não dá certo. Ando a dizer de há três anos para cá: o futebol hoje vai evoluir de uma maneira que uma equipa não é favorecida por jogar sempre no mesmo sistema, ao contrário do que acontece noutras modalidades, como o basquetebol e o andebol. O futebol vai evoluir para isso. Sete meses numa equipa não é fácil. Se tivesse dois, três ou quatro anos numa equipa, aí garanto que teria mais do que um sistema, que os jogadores sabiam o que fazer”, acrescentou o técnico.

“O Lucas [Veríssimo] estava a sentir as pernas muito pesadas, não sentia o corpo, estava a sentir-se doente… Antes do jogo já tinha dito ao médico que não se estava a sentir bem. Arrisquei sempre, não o quis tirar na primeira vez que se queixou. Se fosse uma lesão tirava-o mas como era o estado do corpo, se não desse para jogar a 100%, que desse para jogar a 60 ou 70%. O que ele tem não sei, espero que não seja o que estou a pensar…”, disse ainda Jorge Jesus, sendo que o central brasileiro realizou também depois da partida um teste rápido à Covid-19 (que contraiu em novembro, quando jogava ainda em Santos) que deu novamente resultado negativo.