As Carpintarias de São Lázaro, em Lisboa, reabrem esta sexta-feira, após confinamento, para inaugurar uma exposição que promove a reflexão sobre os arquivos, criada a partir da investigação e criação visual do antropólogo norte-americano Doug Bailey.

“Releasing the Archive – Arte, Antropologia ou Performance?” é o título desta exposição das Carpintarias de São Lázaro – Centro Cultural em que o investigador Doug Bailey problematiza o papel dos arquivos visuais na questão da memória, da cultura e do poder político.

Com o encerramento de um velho e semi-abandonado museu antropológico em São Francisco, nos Estados Unidos, Doug Bailey, professor e investigador de Antropologia Visual, “recebeu o que compreendeu ser um problemático arquivo fotográfico de fundamentos éticos duvidáveis”.

Em centenas de imagens de 35 milímetros, esse arquivo “continha perturbadores e aleatórios registos de categorização étnica, dissecação animal e biologia humana”, segundo um texto da curadoria.

A exposição surge como “sugestão e provocação, numa tentativa de libertar as almas aprisionadas, mas também de incitar ao debate sobre a existência e o tratamento de certo tipo de material de arquivo”, acrescenta.

Agora desenhada para o tema da programação de cruzamento “Para os olhos, mas não só”, das Carpintarias de São Lázaro, a exposição propõe ainda uma abordagem performática, onde o público desempenha um papel central.

Também irá realizar debates durante o mês de junho, onde diversos participantes da programação e o público poderão trazer e discutir as suas próprias experiências.

Doug Bailey, nascido em 1963, é um antropólogo visual, fotógrafo e arqueólogo cujo trabalho atravessa as fronteiras entre Arte, História e Arqueologia.

Atualmente, é professor de arqueologia Visual na Universidade estadual de São Francisco, nos Estados Unidos.

“Releasing the Archive” estará patente até dia 27 de junho, de quinta a sexta-feira, das 14:00 às 20:00, e sábado e domingo das 10:00 às 13:00. As datas dos debates ainda serão anunciadas.