A segunda Equipa de Intervenção Permanente (EIP) da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez(AHBVAV) vai iniciar atividade em junho, disse esta quarta-feira à agência Lusa o presidente da direção.

“Os bombeiros já fizeram as provas de aptidão previstas na lei. Estamos apenas a limiar questões de ordem burocrática que devem ficar concluídas até final do mês para que a nova EIP possa começar a trabalhar no início de junho”, afirmou Germano Amorim.

O presidente da AHBVAV destacou a importância daquele concelho do distrito de Viana do Castelo passar a contar com a segunda “equipa profissional e especializada” fixada na corporação de Arcos de Valdevez, “não apenas para garantir mais eficácia na prevenção e combate aos fogos florestais, como também para dar uma folga na gestão “nos escassos recursos humanos que a região dispõe“.

“A nível nacional, o distrito de Viana do Castelo é o 18.º, o último, em número de bombeiros, mas é o terceiro em todo o país, com o maior número de ocorrências por bombeiro”, realçou Germano Amorim que é também presidente da Federação Distrital de Bombeiros de Viana do Castelo.

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Contactado pela Lusa, a propósito da assinatura, na segunda-feira, do protocolo de criação da nova EIP, entre a Câmara de Arcos de Valdevez e a associação humanitária, Germano Amorim adiantou “existiram daquelas equipas nas 11 corporações de bombeiros voluntários do Alto Minho, sendo que Ponte de Lima tem duas e Arcos de Valdevez vai passar a ter duas”.

A criação destas equipas é uma forma de contrariar a realidade demográfica e a falta de voluntariado no distrito. Arcos de Valdevez é um concelho com uma grande área de atuação, com realidades diversas, num contexto geográfico e orográfico complexo, inserido em duas vastas áreas florestais e de serrania no único parque nacional e, igualmente, o único, europeu, habitado. Não descurando a emergência, bem como a realidade industrial cada vez mais lata”, realçou o presidente da direção da AHBVAV.

O Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG) atravessa 22 freguesias, situa-se no extremo noroeste de Portugal, na zona raiana entre Minho, Trás-os-Montes e a Galiza, atravessando os distritos de Braga (Terras de Bouro), Viana do Castelo (Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e Vila Real (Montalegre), tendo uma área total de 70.290 hectares.

A criação da segunda EIP de Arcos de Valdevez foi aprovada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). A primeira entrou em funcionamento em Arcos de Valdevez, em 2015, sendo que as responsabilidades do seu funcionamento “são partilhadas pela Câmara Municipal e pela ANEPC“.

O acordo prevê que seja a autarquia “comparticipar a AHBVAV nos custos decorrentes da remuneração dos cinco elementos que integram cada EIP, atribuindo-lhe uma verba mensal correspondente a 50% dos custos mensais resultantes dos vencimentos, subsídios de férias e de Natal e respetivos encargos do pessoal contratado, cabendo à ANEPC suportar os restantes 50%”.

Em comunicado enviado às redações, a autarquia presidida por João Manuel Esteves adiantou que o funcionamento da segunda EIP representará um investimento “de cerca de 30 mil euros, por ano, vigorando o protocolo agora assinado por um período de três anos, renovável“.

A EIP “assegura o socorro e a emergência na área do respetivo concelho, e os bombeiros que as integram são altamente especializados, com conhecimento em valências diferenciadas, que lhes permitem dar resposta adequada nas diferentes missões, em ocorrências cada vez mais exigentes e complexas”.

De acordo com o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR)2021, apresentado na última semana, os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo vão contar na fase crítica dos incêndios florestais, que decorre entre 01 de julho e 30 de setembro, com o apoio de 475 operacionais, distribuídos por 103 equipas, e com um meio aéreo em permanência.

Desde 2010 e até 2019, o distrito de Viana do Castelo dispunha de dois helicópteros ligeiros, sediados no Centro de Meios Aéreos de Arcos de Valdevez. Com uma área total de 222 mil hectares, o distrito de Viana do Castelo tem 208 freguesias, 99 das quais (8,9% do total do país) consideradas prioritárias na prevenção de fogos florestais e onde estão identificados 1.185 lugares prioritários.

As 12 corporações existentes na região integram 690 bombeiros, sendo que apenas 65 são profissionais e integram a corporação dos sapadores de Viana do Castelo. Além da capital do Alto Minho, também Caminha possui duas corporações de bombeiros voluntários, uma situada na sede do concelho e a outra em Vila Praia de Âncora.