“Fez um bom jogo com o Estoril na Taça de Portugal e achei que lhe devia dar continuidade ao jogo. A equipa também sofreu alguns golos sem ser com o Helton, em situações fáceis, em que podia ter feito melhor. Por isso, temos de ir à procura de outras alternativas, mudar alguns jogadores”, explicou Jorge Jesus em fevereiro, após o empate em Moreira de Cónegos, a propósito da troca de guarda-redes. “Compete ao treinador tomar decisões. O Helton e o Vlachodimos tiveram infetados ao mesmo tempo e depois, quando tive oportunidade de trabalhar com eles mais individualmente, senti que o Helton estava melhor e apostei na entrada dele. Em todos os jogos esteve bem e só pode jogar um. O Vlachodimos vai ter de esperar por uma oportunidade; se não surgir, é bom sinal porque o Helton tem estado bem”, reforçou duas semanas depois, no início de uma série de vitórias.

A melhor fase do Benfica coincidiu com a entrada de Helton Leite para a baliza dos encarnados, numa decisão que mais tarde seria também explicada pelo treinador pelo jogo de pés que o brasileiro teria melhor do que o grego – sendo que, confirmou na altura o Observador, a gota de água para a troca foi o golo sofrido em Alvalade, com um cruzamento intercetado para a frente e o desvio de cabeça de Matheus Nunes. Mais: o brasileiro teve aquela que foi de longe a melhor série de minutos consecutivos sem sofrer no Campeonato. No entanto, e no final de uma época de afirmação, o antigo número 1 do Boavista acabou da pior forma.

Logo aos 16 minutos, e numa fase em que nenhuma das equipas tinha feito sequer um remate à baliza, Helton Leite saiu da baliza para tentar travar o passe na profundidade de Ricardo Esgaio para Abel Ruíz, fez falta sobre o avançado espanhol e acabou por ser expulso, num lance muito contestado por jogadores e banco do Benfica que entendiam que pela colocação e movimento do bracarense deveria ter ficado pelo cartão amarelo.

Desta forma, Helton Leite tornou-se o primeiro guarda-redes de sempre a ser expulso numa final da Taça de Portugal, com a particularidade de ter sido também o segundo cartão vermelho mais rápido apenas superado por um a Cédric Soares aos 14 minutos da final entre Sporting e Sp. Braga em 2015, que os leões acabariam por ganhar nas grandes penalidades depois de terem marcado dois golos no final do tempo regulamentar.

Há 25 anos que o Benfica não tinha um jogador expulso numa final da Taça de Portugal, com o último a ser o central internacional brasileiro Ricardo Gomes no triunfo dos encarnados no Jamor em 1996 frente ao Sporting (3-1). O último guarda-redes dos encarnados a ver o cartão vermelho tinha sido Vlachodimos em Alvalade, sendo que esta foi a segunda expulsão da época na equipa de Jorge Jesus depois de Otamendi frente ao Rangers.

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