Horas antes de serem conhecidos os resultados definitivos da segunda volta das eleições presidenciais, que opuseram a conservadora Keiko Fujimori, filha do antigo presidente do país (atualmente a cumprir uma pena de 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade e de corrupção), e o candidato de esquerda Pedro Castillo — que venceu, com uma vantagem de pouco mais de 60 mil votos —, um dos procuradores do caso Lava Jato no Peru requereu ao juiz titular que a candidata do Fuerza Popular volte a estar sujeita a prisão preventiva.

De acordo com José Domingo Pérez, que fez o requerimento esta quinta-feira, Keiko Fujimori, que está acusada de lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução à justiça, no âmbito do caso Lava Jato naquele país, transgrediu as regras inerentes à liberdade condicional. Tudo por ter mantido contacto com pelo menos uma das testemunhas do processo, Miguel Torres Morales, que um dia antes se tinha apresentado em conferência de imprensa, ao lado da candidata, como advogado e porta-voz do Fuerza Popular, que já contestava os resultados então provisórios da eleição.

Candidata Keiko Fujimori denuncia “fraude sistemática” na segunda volta das eleições presidenciais peruanas

Acusada de receber 1,2 milhões de dólares (987 mil euros) da multinacional brasileira Odebrecht durante a campanha para as presidenciais peruanas em 2011, em troca de favorecimento na contratação para a execução de obras públicas, Keiko Fujimori já disse em conferência de imprensa que considera a pretensão de Pérez “absurda”.

Keiko Fujimori, que aos 46 anos já tem três eleições presidenciais perdidas no currículo (2011, 2016 e 2020), pode ser condenada até 30 anos de prisão se for considerada culpada. Em novembro de 2018 foi condenada a três anos de prisão preventiva, enquanto aguardava julgamento, mas acabou por passar apenas 13 meses na prisão. Foi libertada no início de 2020 mediante pagamento de fiança de 20 mil dólares (16.400 euros).

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