Com a ausência de João Cancelo do Euro 2020, confirmada este domingo de manhã devido a infeção por Covid-19, a escolha da substituição do selecionador Fernando Santos recaiu sobre um jovem de 22 anos que, mesmo sem jogos pela principal equipa das quinas, tem um vasto currículo nas camadas jovens: Diogo Dalot.

João Cancelo testou positivo à Covid-19 e será substituído por Diogo Dalot

Depois de quase dez anos no FC Porto, onde passou por praticamente todos os escalões, Dalot teve uma ascensão rápida nos primeiros anos de sénior. O defesa chega em 2016/2017 à equipa B dos dragões, afirmando-se na época seguinte, com 23 jogos e dois golos, a que juntou a estreia com oito jogos na equipa principal.

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A qualidade demonstrada nessa temporada foi suficiente para o Manchester United, então com José Mourinho no leme, desembolsar 22 milhões de euros para contar com o português nas suas fileiras. Em 2018/2019, Dalot fez mais de 20 jogos pela equipa principal dos red devils. A época seguinte não correu da melhor maneira, com algumas lesões a atrasarem a progressão do jogador e a limitarem a sua importância, e fez apenas 11 jogos.

Foi na temporada que recentemente acabou que Diogo Dalot fez provavelmente a sua época mais regular nos seniores ao mais alto nível mas já fora de Inglaterra e ao serviço do AC Milan, onde chegou por empréstimo do United. Com 33 jogos e dois golos, o lateral português tanto atuou à esquerda como à direita, como tem sido apanágio na sua carreira, estando em principal destaque na caminhada europeia dos milaneses, cumprindo quase todos os minutos da mesma. Curiosamente, a Liga Europa acabou para Dalot e para os rossoneri frente aos reds de Manchester, nos oitavos de final da prova.

Depois da presença na fase final do Campeonato da Europa Sub-21, onde foi titular de novo em todos os jogos, Diogo Dalot foi gozar um curto período de férias com o central portista no Dubai. Foi aí que recebeu a chamada que menos esperava, iniciando de imediato a viagem para a Europa rumo a Budapeste. E foi por estar no ativo e em competição até há bem pouco tempo que superou outras alternativas como Cédric Soares ou Ricardo.

Experiência internacional na equipa das quinas

Dalot fez parte da Seleção Nacional Sub-21 que no último dia 6 de junho perdeu a final do Europeu da categoria frente à Alemanha. Jogou à direita, tal como havia feito nas meias e nos quartos de final. E com boas exibições na fase final da competição demonstrou mais uma vez a sua versatilidade, visto que na fase de grupos, realizada no mês de março, atuou a lateral esquerdo com Thierry Correia no corredor oposto.

Frente aos germânicos o português alinhou na terceira final pela Seleção, depois do desaire frente à Inglaterra no Europeu Sub-19, em 2017 (curiosamente também com golo de Nmecha, o último carrasco nacional, e da vitória de 2016 frente à Espanha quando, nos penáltis, Portugal se sagrou campeão europeu de Sub-17.

São cerca de 80 jogos de Seleção Nacional que Diogo Dalot traz aos 26 jogadores ao dispor de Fernando Santos. Não tem jogos na A, é verdade, mas há muito que se habitou ao nível mais alto do futebol europeu.

Para cada jogador que falha de forma azarada uma grande competição, há outro que tem alguma sorte em ver o seu nome ser, de certa forma, repescado. E, na Seleção, já tinha acontecido o que sucedeu este ano, por outros motivos. Em 2010, no Mundial da África do Sul, uma lesão de Nani na clavícula esquerda tirou-o da competição. Para o seu lugar foi chamado o agora treinador do Sporting, e então jogador do Benfica, Rúben Amorim.