A ação de fiscalização da GNR nas portagens de Alverca da autoestrada 1 (A1), para controlar entradas e saídas na Área Metropolitana de Lisboa, decorre com normalidade e os automobilistas consideram a medida necessária para travar a pandemia.

“Está tudo a correr dentro da normalidade. Verifica-se até que o trânsito que aqui circula neste momento é bastante menor do que aquilo que seria de esperar numa sexta-feira habitual”, afirmou o capitão da GNR Luís Canhoto, em declarações à agência Lusa, cerca das 16h00.

Luís Canhoto recordou que a ação, a decorrer nas portagens de Alverca, sentido sul-norte, visa “controlar o movimento das pessoas de e para a Área Metropolitana de Lisboa”, que está limitado desde as 15h00 desta sexta-feira e até às 06h00 da próxima segunda-feira, conforme decidido pelo Conselho de Ministros, na quinta-feira.

O militar da GNR referiu que tem havido cumprimento das regras, detalhando que os motivos que têm sido apresentados pelos automobilistas para sair da Área Metropolitana de Lisboa (AML) prendem-se, sobretudo, com questões profissionais, mas também há quem já tenha apresentando certificados de vacinação digitais.

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O capitão explicou ainda que naquele local não têm sido levantados quaisquer autos, uma vez que se encontra dentro da AML, ressalvando, porém, que os militares ordenam a quem não tem motivo para sair da área metropolitana que inverta o sentido da marcha no local mais próximo.

Em declarações à agência Lusa, Diogo Camponês, acompanhado da esposa, contou que estava de viagem de lua de mel e encontrava-se a regressar a casa, em Leiria, acrescentando que concorda com as medidas de restrição de circulação de e para fora da Área Metropolitana de Lisboa durante o fim de semana.

“Acho bem que se faça um pequeno cerco para prevenir. Acho que devemos continuar a fazer isto para ver se a pandemia [de Covid-19] vai embora de uma vez por todas e evitar ao máximo que se alastre para outros lados”, afirmou.

No mesmo sentido, José Mendes, outro dos condutores fiscalizados pela GNR, manifestou concordância com a fiscalização, considerando que “as pessoas devem respeitar as ordens do Governo” de forma a diminuir o risco de contágio da Covid-19.

“Eu venho do local de trabalho e apresentei o local de residência como justificação”, precisou.

Também Eduardo Cartelli deslocava-se em trabalho e apresentou aos guardas da GNR a justificação da sua entidade empregadora.

O automobilista, à semelhança de todos com quem a agência Lusa falou no local da ação de fiscalização, salientou que “é extremamente importante a fiscalização” para continuar a combater a pandemia.

“Acho que tem de ser. É a única forma de travarmos esta epidemia. Temos que fazer a nossa parte. É uma medida de civismo”, defendeu, por seu turno, Ana Mota, que estava na região de Lisboa por motivos laborais e disse à Lusa estar a regressar a casa, em Coimbra.

Na quinta-feira, após a reunião de Conselho de Ministros, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou que a circulação de e para a AML volta a estar proibida este fim de semana, entre as 15h00 desta sexta-feira e as 06h00 de segunda-feira, excetuando-se quem apresente teste negativo à Covid-19 ou certificado digital.

À semelhança do passado fim de semana existem 18 exceções previstas na lei, entre as quais “motivos de saúde ou por outros motivos de urgência imperiosa”.

A AML é constituída por 18 concelhos: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

Segundo a atualização do mapa de risco de incidência da Covid-19, divulgada na quinta-feira, Albufeira (no Algarve), Lisboa e Sesimbra (municípios que pertencem à AML) estão no nível de risco muito elevado, por registarem, pela segunda avaliação consecutiva, uma taxa de incidência superior a 240 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias (ou superior a 480 se forem concelhos de baixa densidade populacional).

Os restantes 16 municípios da AML encontram-se no nível de risco elevado, uma vez que registaram, pela segunda avaliação consecutiva, uma taxa de incidência superior a 120 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias (ou superior a 240 se forem concelhos de baixa densidade populacional).