O responsável pela vacinação contra a Covid-19 afirmou esta segunda-feira que a possibilidade de longas filas nos centros de vacinação era expectável devido ao aumento do ritmo do processo, mas reconheceu que é um problema e terá de ser resolvido.

Na primeira segunda-feira desde que arrancou a vacinação sem marcação de pessoas com 45 ou mais anos, o dia no centro de vacinação do concelho de Oeiras, no Pavilhão Carlos Queiroz em Carnaxide, começou com uma fila de pessoas que contornava todo o complexo desportivo.

“Já era expectável que isto acontecesse esta semana, face ao número de vacinas que vamos dar, mas é indesejável que as pessoas estejam tanto tempo na fila e vamos tentar melhor o processo”, disse à Lusa o vice-almirante Gouveia e Melo, que coordena a task-force responsável pelo processo de vacinação contra a Covid-19.

No sábado, o responsável explicou que Portugal iria acelerar o ritmo de vacinação devido à rápida disseminação da variante Delta de SARS-CoV-2, prevendo que seja possível vacinar cerca de 850 mil utentes por semana. Uma consequência expectável desta medida, como admitiu esta segunda-feira, são as longas filas nos centros de vacinação, como aquela que testemunhou durante a manhã no Pavilhão Carlos Queiroz, onde diariamente são vacinadas em média duas mil pessoas.

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Vim cá perceber o que se passava in loco para ter a certeza e vou agora tomar as medidas que forem necessárias para tentar que isto não volte a acontecer, apesar de que nesta semana e na próxima a probabilidade de existirem filas seja elevada face ao ritmo de vacinação muito elevado que vamos ter”, explicou.

Entre as medidas possíveis, referiu a necessidade de um melhor esclarecimento dos horários do processo “casa aberta”, que agora permite a vacinação de pessoas com 45 ou mais anos sem agendamento prévio.

No centro de vacinação de Oeiras, por exemplo, existem dois horários reservados para essa modalidade — entre as 13h00 e as 14h00 e entre as 18h00 e as 19h00 — mas por desconhecimento, algumas pessoas dirigiram-se ao pavilhão logo de manhã.

“Eu aconselho as pessoas a virem depois das 17h00 para o processo “casa aberta“, referiu Gouveia e Melo, explicando que é sobretudo ao final do dia há maior disponibilidade paras as pessoas sem marcação. Foi também essa a recomendação que foi sendo dada a quem chegou àquele centro de vacinação antes do horário disponível, como testemunhou a Lusa, de forma a tentar não alongar uma espera já demorada.

Já ao início da tarde, cerca das 1h30, centenas de pessoas formavam uma fila que ainda contornava todo o complexo desportivo, e em que quem já tinha às costas horas de espera se cruzava com quem tinha acabado de chegar, numa espécie de circulo que não se fechava e continuava a crescer por onde podia.

Mariana Gonçalves era uma entre a maioria de pessoas que esperava há horas a sua vez, apesar de ter marcação. “Estou à espera desde as 11h30“, relatou à Lusa, contando que no dia anterior tinha acompanhado o marido à vacinação contra a Covid-19 e o cenário era completamente diferente. “Nunca esperei que isto estivesse assim”, admitiu.

Alguns metros atrás, Ana Gil também aguardava a sua vez, mas garantiu que apesar da dimensão da fila, “é mais assustador do que parece” e a fila anda a bom ritmo. Àquela hora, a equipa do centro de vacinação já tinha colocado cadeiras ao longo de todo o percurso de forma a facilitar a espera e distribuía águas às pessoas, que continuavam a chegar.