O saldo conjunto das balanças corrente e de capital foi negativo em 986 milhões de euros até maio, melhorando face aos 1.746 milhões de euros negativos no período homólogo de 2020, divulgou esta terça-feira o Banco de Portugal (BdP).

Segundo o banco central, os défices observados nas balanças de bens e de rendimento primário superaram os excedentes das balanças de serviços, rendimento secundário e de capital”.

Ao longo dos primeiros cinco meses de 2021, o défice da balança comercial diminuiu, em comparação com o mesmo período do ano passado, com o BdP a assinalar que a redução do défice da balança de bens (1.831 milhões de euros) a superar o decréscimo do excedente da balança de serviços (1.503 milhões de euros, “sendo esta diminuição maioritariamente justificada pela “descida acentuada do saldo da rubrica de viagens e turismo“, no montante de 1.116 milhões de euros.

Em maio, as exportações de bens e serviços apresentaram uma variação homóloga de 54,7%, justificada sobretudo pela evolução nos bens (que avançaram 56,6%) e, ainda que em menor medida, nos serviços (49,3%). Ainda assim, assinala o banco liderado por Mário Centeno, as exportações de bens não superaram as registadas no mesmo mês de 2019, ou seja, antes da pandemia.

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Já as importações de bens e serviços aumentaram 50,6%, com os bens a registarem uma subida de 53,1% e os serviços de 38,8%. “O saldo das viagens e turismo registou um aumento de 182 milhões de euros, resultante de um crescimento de 128,8% nos créditos e de 72,4% nos débitos, embora as exportações e as importações de viagens e turismo permaneçam bastante abaixo dos níveis pré-pandemia”, assinala o BdP.

Entre janeiro e maio, o défice da balança de rendimento primário diminuiu 123 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para 1.963 milhões de euros, sendo a redução justificada pelo menor pagamento de juros ao exterior.

Por outro lado, o excedente da balança de rendimento secundário aumentou 475 milhões de euros, devido, principalmente, ao acréscimo dos fundos europeus recebidos sob a forma de cooperação internacional corrente. O excedente da balança de capital diminuiu 165 milhões de euros, em consequência da redução das ajudas ao investimento recebidas da União Europeia, apesar de, globalmente, ter havido um aumento dos fundos recebidos.

No período em análise, o saldo da balança financeira registou uma diminuição dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 529 milhões de euros, que se deveu sobretudo ao aumento dos passivos das empresas portuguesas junto de entidades do grupo residentes no exterior, junto do Banco de Portugal junto do Eurossistema e junto das Administrações Públicas, devido ao recebimento no âmbito do programa SURE no mês de maio.

Em sentido contrário, observou-se um aumento de ativos, através do investimento do setor financeiro em fundos de investimento não residentes e em títulos de dívida emitidos por entidades da União Monetária. Estes dados serão atualizados pelo Banco de Portugal em 18 de agosto.