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O Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), o das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e dos Economistas (SE) desconvocaram esta quinta-feira a greve na Groundforce marcada para o período de 31 de julho a 2 de agosto. No entanto, os restantes sindicatos mantêm os pré-avisos de greve.

Ao Observador, André Teives, líder sindical do STHA, confirmou que a greve seria desmarcada num “ato de confiança” na sequência do comunicado publicado na quarta-feira pelo ministério das Infraestruturas e Habitação que garantia o pagamento do subsídio de férias e anuidade e o pagamento pontual e na íntegra do salário de julho até quarta-feira.

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Após uma reunião com o Governo durante a tarde desta quinta-feira, o dirigente sindical explicou que o STHA foi “sensível” aos “cancelamentos das reservas” e “a instabilidades das viagens e das companhias aéreas”. “Em qualquer processo tem de haver o quadro mínimo de confiança e com o país todo em suspenso por causa disso, estavam reunidas todas as condições para desconvocar a greve”, vinca.

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Em comunicado enviado à Agência Lusa, as estruturas sindicais que decidiram desconvocar a greve anunciaram que “fruto da histórica greve do fim de semana passado, do qual os trabalhadores são os únicos protagonistas, foi possível chegar a um compromisso com o Governo, no sentido de desbloquear, com efeitos imediatos a greve dos dias 31, 1 e 2 de agosto”

Os termos da desconvocação, explicam, são a “garantia efetiva, e já tornada pública pelo Governo, do pagamento pontual e integral do salário de julho”, bem como a “garantia efetiva, e já tornada pública pelo Governo, de que a situação acionista da Groundforce será resolvida muito em breve, ou pela venda das ações a um privado por parte do Montepio, ou por ação/intervenção do Estado Português e da TAP”.

“Como em qualquer processo, a confiança tem que imperar entre os interlocutores, nem que seja numa dimensão mínima e por um bem maior”, consideraram os representantes dos trabalhadores, que consideram que “a forte mobilização de todos os trabalhadores em todos os aeroportos”, na greve do fim de semana passado, “foi determinante para este desfecho”.

Restantes sindicatos mantêm pré-aviso

No entanto, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) e Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) e o Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção é Aviaçao (STAMA) confirmaram ao Observador que mantêm os pré-avisos de greve e que só cedem quando o Governo pagar, efetivamente, os subsídios de férias aos trabalhadores.

Em comunicado conjunto, o STAMA e o STAAM reforçaram que vão manter “os avisos pré-avisos de greve em vigor até à data em que os pagamentos forem efetivamente concretizados”.

Na semana passada, o Governo e alguns sindicatos tinham chegado a acordo para que a TAP adiantasse 5 milhões de euros à Groundforce para assegurar o pagamento dos subsídios de férias dos trabalhadores, mas o maior acionista da empresa de handling, Alfredo Casimiro, rejeitou e bloqueou esse acordo, considerando que a companhia aérea deveria, em vez disso, pagar as dívidas que tem para com a empresa (e que Casimiro estima em cerca de 12 milhões de euros).

Com o acordo desfeito, os trabalhadores avançaram para uma greve (a 17 e 18 de julho), convocado por apenas um sindicato, o STAH, que conta com 100 associados, e que resultou no cancelamento de 650 dos 1.050 voos programados para esse fim de semana. Os restantes sindicatos (que agora mantêm o pré-aviso) decidiram retirar o pré-aviso.