A armada de “lobos” portugueses do Wolverhampton deu praticamente 45 minutos de avanço ao Leicester no arranque dos dois conjuntos na Premier League. Um golo do inevitável Vardy, com excelente assistência de Ricardo Pereira, colocava ao intervalo os foxes a vencerem os Wolves orientados pelo também português Bruno Lage fora de portas.

Parece estranho começar o texto com um resumo tão curto da primeira parte, mas porque não está completamente feito. O Wolverhampton podia ter-se adiantado primeiro no marcador, por Traoré, mas o espanhol isolado falhou a baliza. Pronto, está resumida a primeira parte do encontro.

A questão aqui é que a equipa “portuguesa”, desde Lage ao comando passando por Fábio Silva e Nelson Semedo no banco, ou José Sá, Moutinho, Rúben Neves e Trincão no onze, prometia. Já com Nuno Espírito Santo as coisas tinham corrido relativamente bem e, portanto, os adeptos dos Wolves só podiam estar esperançosos com profissionais portugueses. Mais ainda, era o seu regresso aos estádios.

“Para mim, a melhor parte de amanhã [este sábado] não é ser o meu primeiro jogo na Premier League, mas sim os adeptos voltarem, porque vamos para o campo dar-lhes alegrias”, referiu o técnico português na antevisão, admitindo que as experiências em solo britânico como adjunto de Carlos Carvalhal foram “muito importantes” e “grandes experiências”.

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Curiosamente, falando sobre um jogador seu em particular, Raúl Jiménez, admitiu que era aquele “perfil de avançado” que queria quando esteve aos comandos do Benfica. E ao chegar a Wolverhampton encontrou um “grande jogador e um grande homem”. O mexicano, no entanto, passou algo ao lado do jogo.

Aliás, todos passaram ao lado na primeira parte, algo dominados pelo Leicester, recém vencedor da Supertaça de Inglaterra e da Taça de Inglaterra, uma equipa super moralizada e com vontade de dar também sorrisos aos seus adeptos.

Um dos que mais prometia, porque sempre assim prometeu (e quase sempre cumpriu), era Francisco Trincão, jovem extremo português chegado do Barcelona, que este sábado não esteve nada feliz. Para Lage, “não se pode meter pressão neste tipo de jogadores”, principalmente durante o jogo, e a pressão deve estar no treino para se “ser melhor todos os dias”. “Nos jogos, precisamos que os jogadores estejam confortáveis para darem o que querem dar”, garantiu o técnico.

Isto vai ao encontro do que foi a primeira parte do Wolves (e de Trincão) e a segunda. Para os segundos 45 minutos a equipa de Lage e dos restantes portugueses apareceu com o meio-campo mais subido, principalmente Rúben Neves e João Moutinho, o que obrigou o Leicester a recuar um pouco. Os foxes, no entanto, com Vardy ou Maddison são sempre perigosos, pelo que desde que a vencer, a equipa de Brendan Rodgers ia passando pelo relógio com a vantagem de um golo. Mas a segunda parte era, é verdade, do Wolverhampton sobre o Leicester, equipa onde Lage via um “bom exemplo”, dado que os foxes “cresceram” e os títulos [campeonato, taça e supertaça] que foram vencendo nos últimos anos. “A minha missão, nestes três anos, é dar um passo em frente”, garantiu Lage.

E a segunda metade do jogo, principalmente os primeiros vinte minutos, foi talvez a primeira tentativa de passo em frente. Rodgers, experiente, foi alterando jogadores e também a equipa taticamente para equilibrar o que se passava dentro de campo.

O resultado de 1-0 para o Leicester é justo, apesar de ter sofrido um normal pressing final do adversário em que o encontro esteve “tu cá tu lá”, e o que fica na retina é mesmo o excelente jogo de uma primeira jornada com alguns jogadores a parecerem estar já em boa forma. Já os adeptos mostram-se desde já prontos para tudo! É esse o grande regresso.

Outros resultados da tarde:

Burnley-Brighton (1-2)
Chelsea-Crystal Palace (3-0)
Everton-Southampton (3-1)
Watforf-Aston Villa (3-1)