Gerard Piqué é já há alguns anos uma das caras, vozes e um dos capitães do Barcelona, papel que só se acentuou esta época, não só com a saída de Lionel Messi, mas também com a sua decisão (e de outros capitães) em baixar o seu salário, para acomodar os reforços da equipa, como Depay ou Agüero, tendo em conta o fair play financeiro da La Liga.  Aos 34 anos, o central internacional que soma 102 vezes pela Espanha é uma figura proeminente do mundo blaugrana e não fugiu às questões sobre o mesmo no primeiro episódio da nova temporada de La Sotana, um programa humorístico.

Piqué, o catalão que cria tempestades com o que diz e passa entre os pingos da chuva no que faz

Um dos mais importantes jogadores da era Pep Guardiola, Piqué confessa que a relação entre os dois se desgastou com o passar das épocas e, sobretudo, devido a um certo treinador português mas também a uma… cantora pop com fama universal: “Chegámos a um ponto de grande tensão, com o balneário em geral. A rivalidade com José Mourinho desgastou-nos muito. Pep [Guardiola] queria ter o controlo absoluto de tudo o que se passava. Quando comecei a sair com a Shakira [companheira de Piqué e mãe dos seus dois filhos] a minha relação com ele mudou, mas agora é perfeita. Na altura havia muita pressão. Sentia que nos treinos tinha de sair tudo perfeito. Se houve algum momento em que pensei sair do Barcelona foi nessa temporada [2011/2012]”.

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E se Pep Guardiola acabou por sair no final dessa temporada, os resquícios dessa era, a do “tiki taka“, como então se apelidou, apagaram-se esta temporada, com a saída de Leo Messi para o PSG. Foi noticiado que os capitães do Barcelona baixaram então o salário para o clube poder inscrever mais jogadores, mas o clube apenas o anunciou depois do que se passou com o argentino. “Laporta chamou-nos e disse que Messi ia embora. Não nos metemos. Estranho? O que vejo é que o fair play financeiro pesa mais do que o que pensávamos. Quando fui de férias já tinha acordo com o clube baixar o salário, renunciei a parte dele. Repara que com este acordo apenas conseguimos inscrever os novos jogadores”, disse Piqué ao entrevistador.

O novo Barcelona não tem Messi mas já tem em Piqué um novo super-herói

Claro que Messi absorve tudo o que é atenção do mundo culé, mas uma das questões que mais tem “enervado” os adeptos do Barcelona tem a ver com o defesa central francês Samuel Umtiti, que tem sido assobiado e criticado por não querer sair do clube. Umtiti tem sido fustigado por várias lesões e já não é um dos grandes ativos do clube aos 27 anos. Piqué, no entanto, defende o colega de posição, dizendo que muita gente que critica “está há 30 anos na mesma frente e não faz nada”. “Umtiti cumpre o contrato e todas as obrigações. As pessoas têm de ser mais empáticas. A atitude dele é impecável, nunca falhou um treino. Outra questão é quem fez o contrato, que foi um presidente votado pelos sócios”, rematou.

Esse presidente foi Josep Maria Bartomeu. Questionado sobre se este foi o pior presidente do clube, Piqué disse “não estar capacitado para dizê-lo”. “Mas, do que já vivi aqui, deve estar por aí [nos piores]. Todos temos culpas e a verdade é que o clube não tem estado onde os catalães querem. Os próximos cinco ou dez anos vão ser muito bons para o Barça”, disse.