‘El Pollo’ foi detido esta quinta-feira à noite em Madrid e, em breve, será extraditado para os Estados Unidos, onde enfrenta várias acusações relacionadas com narcotráfico. A detenção de Hugo Carvajal, general venezuelano na reforma e antigo chefe da inteligência militar do presidente Hugo Chávez (e, depois da sua morte, também de Nicolás Maduro por um curto período de tempo) foi confirmada pelas autoridades espanholas.

“Vivia totalmente enclausurado, sem sair de casa nem olhar pela janela, e sempre protegido por pessoas de confiança”, escreveu, no Twitter, a Polícia Nacional, tendo publicado um vídeo da detenção na mesma rede social, embora seja impossível identificar o venezuelano, uma vez que o algemado aparece sempre de costas.

Exilado em Espanha, o paradeiro de ‘El Pollo’, 61 anos, passou a ser desconhecido depois de, em 2019, a justiça espanhola ter decretado a sua extradição para os Estados Unidos. Em território norte-americano, Carvajal é acusado de pertencer a uma rede de tráfico de droga e lavagem de dinheiro e há um prémio pela sua cabeça: oferecem-se 10 milhões de dólares por informações que levem à sua detenção. 

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‘El Pollo’ não é o único. Também Maduro tem a cabeça a prémio, assim como outros membros (atuais e antigos) do governo e das forças de inteligência venezuelanos. Idem para as FARC, o maior grupo rebelde na Colômbia com quem, segundo a investigação da DEA, o departamento de investigação anti-droga dos Estados Unidos, Maduro e Carvajal se associaram nesta rede de tráfico de droga.

EUA ofereciam 10 milhões de dólares por informações que levassem à detenção de Hugo Carvajal

Fiel amigo de Hugo Chávez, que conheceu em 1980 na academia militar de Caracas onde o presidente venezuelano foi seu instrutor, ‘El Pollo’ não manteve uma relação tão próxima de Maduro. Depois da morte de Chávez, Maduro manteve Carvajal no cargo alguns meses, mas acabou por enviá-lo para Aruba, ilha ao largo da Costa da Venezuela e território dependente dos Países Baixos, na qualidade de cônsul. Carvajal seria preso em 2014 na sequência do mandado de prisão norte-americano, mas com a pressão diplomática foi libertado.

Anos mais tarde, ‘El Pollo’ poria fim à lealdade a Nicolás Maduro. Em 2019, durante a crise presidencial, escolheu apoiar Juan Guaidó na sua reivindicação pela presidência venezuelana. Foi expulso das Forças Armadas por Maduro e acusado de traição. Nessa altura, abandonou a Venezuela e exilou-se em Espanha, de onde pretendia, segundo o próprio, operar mudanças no regime venezuelano.