O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou esta terça-feira programas de apoio social para famílias, pensionistas e militares, a três dias do início da votação nas legislativas que devem confirmar a vitória do partido do Kremlin.

“É necessário manter esta coordenação entre o parlamento e o Governo numa perspetiva de futuro. Devemos trabalhar como uma equipa”, disse Putin durante uma reunião do Governo que decorreu de forma virtual.

Putin, que optou por um período de quarentena após serem detetados casos de coronavírus no círculo dos seus colaboradores, presidiu a uma reunião na qual participaram membros do Governo e quatro dos cinco cabeças de lista do Rússia Unida, o partido presidencial.

Numa óbvia promessa eleitoral, a vice-primeira-ministra, Tatiana Golikova, garantiu que os 3,5 milhões de pensionistas, num total de 43 milhões, que ainda não receberam o subsídio de 10.000 rublos (114 euros) anunciado por Putin, vão ser contemplados até 16 de setembro, um dia antes do início da votação que se prolonga até domingo.

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A mesma responsável recordou que desde agosto passado mais de 20 milhões de crianças entre os seis e os 18 anos, ou jovens incapacitados até aos 23 anos, receberam um subsídio único de 10.000 rublos.

Cerca de dois milhões de famílias com filhos menores de três anos também beneficiaram de ajudas sociais mensais.

Por sua vez, o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, cabeça de lista do partido do Kremlin, informou Putin sobre uma remuneração extra individual de 15.000 rublos (170 euros) para os soldados, e outra de 10.000 rublos dirigida aos militares na reforma.

Os restantes ministros informaram sobre a atual situação dos programas de educação, saúde, melhoria das condições de habitação, transporte e fornecimento de gás, entre outros.

No final de agosto, Putin presidiu ao Congresso federal da Rússia Unida, onde fez diversas promessas eleitorais, incluindo a indexação das pensões em 2022.

Segundo a última sondagem do Centro de estudo da opinião pública (Vitsom), próximo do Kremlin, o Rússia Unida, que domina a Duma (parlamento), tem uma intenção de voto inferior a 30%, seguido do Partido Comunista com 16,6%.

Os setores da oposição que apoiam Alexei Navalny, o principal crítico do Kremlin e que cumpre dois anos e meio de prisão, têm acusado as autoridades de impediram a apresentação de diversos candidatos às eleições, forçarem ativistas ao exílio ou perseguirem ‘media’ independentes.

Segundo os analistas, a vitória do partido no poder nas legislativas e o seu controlo do parlamento é fundamental na perspetiva da reeleição de Putin em 2024, na sequência da revisão constitucional em 2020 e que poderá permitir que se mantenha no Kremlin até 2036.