Pode dizer-se que Sérgio Tréfaut filmou o paraíso. O realizador, que em 2018 regressou para o Brasil – depois de viver durante décadas em Portugal –, encontrou nas serestas – ajuntamentos populares que mantêm vivo o cancioneiro popular – dos Jardins do Palácio do Catete uma espécie de utopia, onde as pessoas se juntam pela felicidade de cantar, indiferentes a construções sociais. A maior parte é uma população idosa que mantém viva uma tradição. Mas também se mantém viva por encontrar ali a alegria de viver.

Sérgio filmou “Paraíso” entre junho de 2019 e fevereiro de 2020, um mês antes de o mundo se fechar casa. Por causa do momento – em que ainda se vive – “Paraíso” tem um outro peso. Algumas das pessoas que aparecem no filme entretanto morreram, vítimas de Covid-19, e as serestas, que são uma metáfora para um Brasil que o realizador queria filmar, não podem ser hoje experienciadas como há dois anos, quando o Tréfaut começou a filmar. Estivemos à conversa com o realizador. “Paraíso” estreia esta semana em salas de Lisboa, Porto, Coimbra e Cascais.

[o trailer de “Paraíso”, de Sérgio Tréfaut:]

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.