O Ministério Público do Brasil vai pedir explicações ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a alegada existência de offshores em paraísos fiscais em nome dos dois responsáveis.

O Procurador-Geral do Brasil, Augusto Aras, abriu na segunda-feira uma “investigação preliminar” sobre as empresas offshore ligadas aos dois funcionários, que já se declararam legais e devidamente declaradas às autoridades fiscais. Segundo a investigação realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), Guedes é o proprietário da firma Dreadnoughts International, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas.

Esta empresa recebeu depósitos de 9,5 milhões de dólares a partir de setembro, quando ainda estava ativa, de acordo com o ICIJ. Por outro lado, Campos Neto abriu no Panamá a empresa Cor Assets, que esteve em funcionamento desde 2004 até agosto de 2020, quando foi encerrada, mais de um ano após ter assumido a presidência do Banco Central. O nome Campos Neto aparece também numa empresa aberta nas Ilhas Virgens Britânicas, que esteve ativa entre janeiro de 2007 e novembro de 2016.

Nomes de Blair e do rei Abdullah II nos negócios de líderes mundiais expostos pelos Pandora Papers

O procedimento instituído na segunda-feira pela Procuradoria-Geral da República é uma espécie de “pré-investigação” que pode levar à abertura formal de uma investigação ou ao encerramento do caso, se não encontrar provas suficientes.

A investigação jornalística Pandora Papers baseia-se em quase 12 milhões de documentos, provenientes de 14 empresas de serviços financeiros, e revelou mais de 29.000 empresas offshore. Muitos líderes políticos em todo o mundo estão implicados.

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