À frente, mas longe da maioria absoluta. Se as eleições legislativas fossem hoje, o PS seria o partido mais votado, com 39%, um valor superior ao das eleições de 2019, quando alcançou 36,4%. Assim, António Costa continuaria obrigado a fechar acordos de governação ou à esquerda ou à direita, aqueles que não conseguiu selar para garantir a aprovação do Orçamento do Estado em outubro. Os votos na Geringonça, segundo a mais recente sondagem, ficariam em valores semelhantes aos de 2015, abaixo dos de 2019. Para isso, contribuem as quedas do Bloco de Esquerda (7%) e da CDU (5%), a coligação dos comunistas e dos verdes, segundo uma sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público.

Com a esquerda a pagar a fatura do chumbo do OE e da consequente dissolução do Parlamento, a direita sai reforçada, com exceção do CDS. O partido democrata-cristão desce ao valor mais baixo de sempre, 2%, numa altura em que se vê a braços com guerras internas, e com um congresso adiado sine die, sendo expectável que sofra oscilações nas intenções de voto. Na composição do futuro Parlamento, o CDS (que em 2019 teve 4,2% dos votos e era a quinta força política) é o último na lista dos portugueses, abaixo do PAN, do IL e do Chega.

Sondagem. PS ganha sem maioria absoluta, maioria de esquerda mantém-se no Parlamento

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Chega passa a quarta força política

Se no topo pouco muda — o PSD mantém-se como principal partido da oposição (subida de 27,8% para 30%) e o Bloco de Esquerda continua a ser a terceira força política —, do quarto lugar para baixo tudo muda.

Em número de votos, o Chega passa a ser a quarta força política do Parlamento, subindo de 1% obtido em 2019 para os 5%. Esse mesmo valor é alcançado pela CDU (em 2019 teve 6,3%), e pelo Iniciativa Liberal (1% em 2019). Já o PAN tem uma descida residual de 3,3% para 3%.

Contas feitas à direita e à esquerda, a primeira vale 42% da intenção de votos, a segunda 51%. Em 2015, ano em que o PSD de Passos Coelho venceu as eleições, mas a Geringonça nasceu e subiu ao poder, a esquerda conseguiu junta 50,76%. Nas últimas legislativas, subiu aos 54,96%.

As intenções de voto se as eleições fossem hoje:

PS: 39% (36,3% em 2019)
PSD: 30% (27,8% em 2019)
BE: 7% (9,5% em 2019)
Chega: 5% (1% em 2019)
CDU: 5% (6,3% em 2019)
Iniciativa Liberal: 5% (1% em 2019)
PAN: 3% (3,3% em 2019)
CDS: 2% (4,2% em 2019)