O PS garante que não ficou “de forma nenhuma” inquieto com a vitória de Rui Rio no PSD. Mas, ainda assim, aproveita para explorar a imagem de divisão do partido social-democrata, que descreve como “dividido ao meio” e ameaçado por uma “cultura de conflito e de explosão” interna.

O retrato é feito, esta segunda-feira, pelo n.º 2 (secretário-geral adjunto) do PS, José Luís Carneiro. À TSF, o socialista tentou desmistificar a ideia de que o PS estará preocupado com o facto de Rio se manter aos comandos do PSD — uma vez que há quem defenda que se tivesse ganhado Paulo Rangel, com a promessa de uma oposição mais agressiva ao PS, seria mais fácil bipolarizar o debate e chamar o eleitorado de esquerda às urnas.

Agora, o PS passa ao ataque: “É preciso conhecer aquilo que o PSD pensou para o país, porque, durante seis anos, não foi capaz de apresentar uma alternativa que se pudesse vislumbrar como uma credível“.

E carrega no que entende ser a imagem de divisão e instabilidade dos sociais-democratas, que coloca como oposição à estabilidade que os socialistas poderiam oferecer. “Sabemos, para já, que o PSD está dividido, literalmente dividido ao meio. Vamos ver se é cultura de inclusão ou se é a cultura de conflito e de explosão que tem tomado conta do PSD.” A favor do PS, insiste, há as provas de que é capaz de “governar em momentos muito críticos”, como a pandemia, sem ultrapassar o seu impacto económico com políticas de austeridade.

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Sobre os entendimentos a que poderá chegar depois das eleições para tentar formar Governo, o PS continua a não ser claro: “A nossa grande coligação é com os portugueses“, atira Carneiro, sem responder diretamente sobre os planos dos socialistas, depois de Costa já ter aberto a porta também ao diálogo com a direita.

PS aposta em Costa com gravata e volta a chamar sociedade civil para preparar programa

Os socialistas começam agora a preparar o programa que vão levar às eleições de janeiro, com 60 fóruns locais a decorrer entre esta segunda-feira e sábado para recolher contributos, que serão depois sistematizados pelo gabinete de estudos do partido. Ao mesmo tempo, o partido vai discutir localmente as suas listas de candidatos a deputados, que depois têm de estar prontas — com a quota nacional, indicada pela direção do partido — até ao prazo-limite de 20 de dezembro.