A Privado Clientes – Associação de Defesa dos Clientes do Banco acusa a comissão liquidatária do BPP de “querer perpetuar-se no cargo às custas dos credores”, dizendo não ter real conhecimento dos custos com pessoal contabilizando em 28 os colaboradores que trabalham para a comissão.

“Cumpre dizer que nenhum dos relatórios apresenta, com clareza, quais são os custos ou valores efetivamente gastos com ‘pessoal’. O único número em concreto que se verifica é que são 28 (vinte e oito) colaboradores que trabalham para comissão liquidatária, número este que se manteve pelo menos entre os anos de 2019 e 2020, ressaltando-se que até a presente data não foram apresentados os relatórios trimestrais de 2021”, segundo um levantamento da Associação a que o Observador teve acesso. Não há, no entanto, diz a associação, nomes desses colaboradores nem a sua remuneração.

No último relatório são contabilizados 2 milhões em custos com pessoal, e acrescentam-se 2,1 milhões em gastos administrativos, sem que sejam discriminados estes custos.

“Somado ao ‘custo com pessoal’ tem-se uma despesa administrativa de, no mínimo, 4,1 milhões de euros anuais, valor que representa um verdadeiro ‘escândalo'”, realça a Associação.

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Considerando os valores de 2 milhões de euros para os gastos com pessoal, “pode-se dizer que em média, cada um desses 28 colaboradores custa mais de 70 mil euros anuais, pagos com o dinheiro dos credores”.

Os valores conhecidos de remuneração são, segundo os documentos da Associação que defende os lesados do BPP, os da comissão liquidatária em 2021:

Presidente: Dr. Manuel Martins Mendes Paulo – € 4.650,00;
Vogais: Dr. José Pedro Alexandre Simões – € 3.500,00;
Dr. José Vítor Garcia Almeida – € 3.500,00.

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