Dificilmente existiria um jogo com maior capacidade de ilustrar o 2021 do Sporting: a equipa de Rúben Amorim começou a perder, venceu na raça e no crer, lançou um jovem jogador de 20 anos e garantiu que vai ganhar pontos a um dos rivais diretos e quiçá aos dois. Com os três pontos conquistados perante o Portimonense, os leões asseguraram a liderança isolada da Primeira Liga, ainda que à condição, e vão assistir ao Clássico com toda a tranquilidade possível.

O Paulinho de 2021 despediu-se deste ano já como o Paulinho que quer ser em 2022 (a crónica do Sporting-Portimonense)

Mas a última vitória de 2021 significou mais do que isso. Ao chegar à 11.ª vitória consecutiva para o Campeonato — uma série que se prolonga desde a sexta jornada, depois do empate contra o FC Porto –, Rúben Amorim igualou a marca de Marinho Peres em 1990/91, a segunda melhor da história do Sporting. Agora, no horizonte do treinador leonino, estão apenas as 16 vitórias seguidas de Robert Kelly e dos Cinco Violinos em 1946/47.

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Na flash interview, Amorim garantiu que “o jogo foi exatamente aquilo de que estava à espera”. “O Portimonense teve mérito. Entrámos bem, depois sofremos duas transições que nos criaram problemas e o público sentiu isso. Veio o 0-1 e na primeira parte estivemos um pouco precipitados com bola. Esta equipa não costuma estar a perder, principalmente em casa e sobretudo na primeira parte. Na segunda parte tomámos conta do jogo, criámos várias ocasiões e a expulsão ajudou-nos a dominar ainda mais. Estivemos bem a arranjar espaços, sem pressa com a bola e foi com naturalidade que marcámos os golos. O Portimonense foi forte nas bolas para o Fali Candé e para o Nakajima, o Fabrício é muito inteligente nas movimentações, tal como já tinha dito na conferência de imprensa de antevisão. Houve mérito do Portimonense mas a vitória é justa”, atirou o técnico, ressalvando depois que o hat-trick de Paulinho não é uma “vitória pessoal”, por ter sempre defendido a contratação, a utilização e a titularidade do avançado.

“Os adeptos têm uma grande parte nisso, ao suportar o jogador. Se nos lembrarmos das grandes ocasiões do Paulinho, quando mandava ao poste, foi o público que o ajudou. Sempre estive satisfeito com o Paulinho. É óbvio que ele tem de fazer os golos mas ele é a pessoa que sofre mais com isso. Não é nada uma vitória pessoal, é uma vitória dos adeptos, da equipa. É uma vitória do Sporting esta noite, quer no resultado quer nos golos do Paulinho”, acrescentou Rúben Amorim.

Por fim, o treinador dos leões não escondeu que o resultado do Clássico do Dragão, esta quinta-feira, será importante — mas confidenciou que poderá assistir ao jogo com muita atenção. “Não há camisola azul ou vermelha, tenho sempre a camisola verde vestida. Nem sei se vou conseguir ver o jogo, com os meus filhos em casa é sempre mais difícil. Mas vai ser a pensar verde e no jogo com o Santa Clara. É óbvio que — não vamos estar aqui a esconder — é um jogo importante para nós. Alguém vai perder pontos e se calhar até podemos ganhar vantagem aos dois”, terminou. O Sporting encerra 2021 com 42 vitórias em 54 jogos disputados, numa taxa vitoriosa de 78%, sete empates e cinco derrotas. Marcou 99 golos, sofreu 38 e conquistou três títulos: o Campeonato, a Taça da Liga e a Supertaça Cândido de Oliveira.